Thiago Carpini: um confeiteiro que exibiu um bolo sem recheio e cobertura. E achou que agradaria os convidados

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A atuação do Guarani contra a Ponte Preta comprovou o quanto a ausência de uma estrutura profissional e azeitada interfere no rendimento em campo. Sim, os bastidores interferiram para a obtenção do empate.

Nunca gostei desta autossuficiência demonstrada pelo técnico interino Thiago Carpini. Vou além: não aprecio que ele tenha todo o poder para tocar o departamento de futebol. Acertado deixar o Conselho de Administração longe do vestiário mas daí a instalar um Czar com poderes infinitos vai uma distância tremenda.

Falhou a sua tentativa de improvisar Luiz Gustavo como volante. Ou um terceiro zagueiro. A saída de bola era costurada de modo atabalhoado e geralmente os armadores Lucas Crispim, Rondinelli e Arthur Rezende tinham que voltar para tentar construir a jogada da zona intermediária. Muitas vezes percebia-se nitidamente uma falha de entrosamento e que só era aproveitado pela Ponte Preta por sua absoluta inoperância.

Michel Douglas foi acionado algumas vezes? Até que sim. Mas não ocorreu uma busca sistemática pela linha de fundo, especialmente no segundo tempo, quando o nível técnico caiu a níveis deploráveis. Dos dois lados. As entradas de Ricardinho, Renanzinho e Diego Cardoso até deram fôlego, mas insuficiente para vencer.

Considero que falta um diretor de futebol forte, que entenda do assunto e que consiga trocar ideias e conceitos com Thiago Carpini. Certamente se esse personagem teria visto o desempenho dos três zagueiros no treinamento poderia vislumbrar problemas na hora do jogo.

Carpini comportou-se como um confeiteiro que fez um bolo com uma massa muito saborosa para comemorar um aniversário. Os convidados compareceram em peso. Pena que ele colocou o bolo na mesa sem recheio e cobertura. Um confeiteiro mais experiente lhe avisaria da falha imperdoável.

(Elias Aredes Junior)