Torrano determina corte de gastos na Ponte Preta. Era o momento de intensificar o diálogo com o torcedor

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O presidente da Ponte Preta, Luiz Antonio Alves Torrano, ficou em silêncio por 10 dias. Não deu declarações a imprensa ou nas redes sociais. No final da tarde desta quarta-feira, emitiu uma nota oficial e anunciou que um plano de contenção gastos será implementado na Ponte Preta. O percentual será de 30%. Nos setores principais: Jurídico, Financeiro, Médico e de Futebol. A ordem é fazer muito com pouco.

Compreende-se a necessidade de aperto no cinto em virtude da crise financeira. Não dá para rasgar dinheiro fora. Por outro lado, espera-se que, caso ocorra a necessidade de demissões, que elas sejam feitas com dignidade e com respeito aos direitos de todos. Trabalhar na Ponte Preta é diferente. Envolve amor. Espera-se que o sentimento seja retribuído, mesmo na dor.

Considero que o processo tem uma falha. Ao fazer o anúncio frio, distante, por uma nota, o presidente Torrano perdeu a chance de envolver a comunidade pontepretana. A realização de uma entrevista coletiva seria salutar para explicar o quadro financeiro, a necessidade de fazer os cortes e um pedido para que a torcida venha ao Majestoso para carregar o time no colo. Não culpe Departamento de Comunicação pelo silêncio. Qualquer assessorado só faz o que quer. E acredito que uma medida tão importante deveria ser esmiuçada e explicada aos torcedores. Isso depende de quem está no comando. Se ele não quer, paciência.

Ninguém duvida das boas intenções, do cárater e da índole do novo presidente e sua equipe de trabalho. Só que o futebol é feito por símbolos. E deve-se nutrir respeito pelo perfil da torcida e do seu clube. Na Ponte Preta, o torcedor gosta e quer que o dirigente fale e se explique. Nem que seja para ser criticado. Mas que apareça.

A Ponte Preta é pulsante e vibrante. Dentro e fora do campo. Quem entende tais pontos só tem a ganhar. Mesmo quando enfrenta tempestades.

(Elias Aredes Junior com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)