Um ano após o titulo na Série A-2, Guarani saiu da esperança ao desalento. O que aconteceu?

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No dia 07 de abril de 2018 o Guarani goleou o Oeste por 4 a 0 no Brinco de Ouro e sagrou-se campeão da Série A-2 do Campeonato Paulista. Um feito presenciado por 17071 pagantes. Público estupendo. Tenho convicção de que os presentes naquele dia saíram com a convicção de que a Série B seria o momento de novos voos ou de manutenção da excelência no gramado.

Um ano depois, o Alviverde lamenta a posição intermediária na segundona nacional do ano passado e celebra a manutenção no Paulistão graças aos triunfos contra Corinthians e São Paulo. Se fosse levar em conta apenas os pontos conquistados diante dos times médios e pequenos, o trabalho de Osmar Loss seria ainda mais incinerado do que foi. Fica a pergunta: o que aconteceu? Por que um jogo que poderia ser o estopim de novos tempos virou um episódio isolado? Os bastidores respondem boa parte da pergunta.

Não é exagero dizer que a equipe do ano passado teve a participação decisiva do empresário Nenê Zini, tanto na montagem da equipe como no suporte financeiro em alguns momentos. Basta dizer que Bruno Nazário, uma das principais figuras da campanha é assessorado por ele. Existia uma estrutura e uma metodologia formada. Você pode reclamar, chiar ou contestar mas ela existia.

E com diálogo e conversa talvez fosse possível engendrar um salto de qualidade para a segundona nacional e com um técnico com respaldo das arquibancadas, Umberto Louzer. Um trabalho focado e bem direcionado faria o Guarani ter acesso a uma bolada de R$ 50 milhões para 2019. Ok, concordo que fica distante dos gigantes, mas certamente daria para montar um time para conseguir a manutenção.

Eis que o presidente Palmeron Mendes Filho mudou a pauta. Tudo girou em torno da votação da terceirização do futebol e da disputa nos bastidores entre o consórcio representado por Nenê Zini e Roberto Graziano, sendo que o primeiro por diversas vezes afirmou que o segundo recebia privilégios e a preferência do Conselho de Administração. Resultado: a equipe degringolou no gramado, e o Guarani hoje basicamente é uma equipe que vive dos favores dos “deuses do futebol”. Não melhora sua estrutura e não forma uma metodologia com começo, meio e fim.

Nos bastidores, é um clube rachado, destruído politicamente e que é dividido em dois grupos: aqueles que são contra Horley Senna e outros contrários a Palmeron Mendes Filho. E ninguém a favor do Guarani.

Talvez estes últimos 365 dias sirvam no futuro como um case de como uma equipe estruturada colocou tudo a perder por ausência de habilidade política. É muito triste.

(Elias Aredes Junior)