Os jogadores do Guarani viajaram 747 quilômetros para chega a Tombos e empatar com o time local. Apesar da viagem de avião, não há como ignorar os 1056 quilômetros que separam Campinas de Caxias do Sul, local do jogo de sábado contra o Juventude. Sim, o Alviverde jogará como visitante diante de Portuguesa e Mogi Mirim neste primeiro turno. Mas é inegável que este atual trecho da Série C do Brasileirão é desgastante não só no aspecto físico como também no emocional.
Inclua neste cardápio um campeonato transmitido pela televisão mas de pouca visibilidade e sem repercussão nas redes sociais e um orçamento que, apesar de cumprido à risca por enquanto, não tem o poderio suficiente para segurar e refutar uma proposta oriunda de equipes das Séries A e B.
Como um jogador deve se comportar? Profissionalismo extremo? Não, só isso é insuficiente. Por um motivo: se existe a preocupação de exigir comprometimento e rendimento máximo do atleta, também é obrigatória uma contrapartida. E não passa apenas por salário em dia, mas uma infra-estrutura com campos modernos, centro de treinamento com equipamentos de ponta e a previsão de pagamento de premiação para objetivos atingidos. Convenhamos: o Guarani não pode oferecer tal conforto?
Qual a saída? Penso que o espirito de Fumagalli deveria ser clonado no Guarani. Um jogador com 232 jogos com a camisa bugrina e 72 gols anotados e que demonstração ligação umbilical com o Guarani. Pense: pela sua história e trajetória na bola, não seria dificil o atual camisa 10 bugrino conseguir uma vaga em algum clube da série C ou D ou por alguma necessidade até da Série B, caso este encontre-se no sufoco do rebaixamento.
Mas sai campeonato e entra campeonato e Fumagalli não arreda pé. Não deixa de lutar, guerrear, exibir postura no gramado e principalmente respeito pela instituição. Típico espírito de jogador de futebol amador, no melhor sentido da palavra. Claramente esquece entraves na infra-estrutura para buscar algo maior e perene. Que o Alviverde tenha o espirito de Fumagalli nos seus titulares e reservas.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba-Memory Press)