Carlos Alberto Silva e Zé Duarte encontram-se no panteão dos heróis do Guarani Futebol Clube. O primeiro conquistou o Brasileirão de 1978 e ficou em quarto lugar na Libertadores, além de um terceiro lugar no torneio nacional de 1994.
O segundo venceu a Taça de Prata de 1981 e foi medalha de bronze na divisão de elite em 1982. Hoje, esta galeria seleta ganha novo integrante: Oswaldo Alvarez, o Vadão.
Na linguagem popular, o que é o herói? É um camarada dotado de superpoderes ou capaz de feitos que á primeira vista são impossíveis. Vadão não foi bem em sua primeira passagem em 1995. Brigou com Djalminha e resolveu sair. E em 2017 não teve o desempenho que se esperava. Mas nas outras três oportunidades em que dirigiu o Alviverde teve trabalhos surpreendentes.
Em 1997, o então presidente Beto Zini chamou Vadão para a reta final do Brasileirão. O Guarani precisava de uma sequência espetacular para escapar do rebaixamento. Venceu Grêmio e União São João fora de casa e o Vasco no Brinco de Ouro e conquistou uma permanência com gosto de título.
O retorno só ocorreu em 2009. Novamente em conjuntura adversa. O Alviverde tinha sido rebaixado no Paulistão. Torcida furiosa. Inconformada. E quase nenhum jogador no elenco. Com transparência e determinação, Vadão formou um “time de aluguel” (expressão que ele mesmo cunhou)” e chegou ao vice-campeonato da Série B com 69 pontos.
Três anos depois, novo desafio: sem dinheiro e apenas com a boa vontade de Claudio Corrente na diretoria de futebol e de Marcelo Mingone na presidência, Vadão levou o Guarani ao segundo lugar do Paulistão e principal: venceu a Ponte Preta nas semifinais em um jogo que ficou conhecido como “o derbi do Século”. Foi escolhido ainda o melhor técnico do campeonato.
Uma história bonita. Inesquecível. E que será relembrada por gerações e gerações de bugrinos. Como um autêntico herói.
(Elias Aredes Junior)