Por ser humilde e recluso, poucos se dão conta do legado de Oswaldo Alvarez para o futebol brasileiro. O fato de ter trabalhado em equipes gigantes e não ter triunfado significa muito pouco diante daquilo que ele fez e produziu.
No inicio da década de 1990, o futebol brasileiro estava em crise técnica. Uma eliminatória vexatória na Copa do Mundo da Itália para a Argentina. Um futebol defensivo, apático e cujo maior símbolo foi Dunga.
Eis que no Mogi Mirim surge, após um tempo de maturação, em 1992, um time treinado por um preparador físico. E que comprovou por A mais B que era possível jogar de maneira ofensiva e com três zagueiros.
Mais do campanhas, o que importava era o estilo de jogo, que indiretamente empurrou os outros times brasileiros para o campo de ataque. Acredite: a Era Parmalat não existiria do que jeito que ocorreu no Palmeiras sem o frescor produzido pelo Carrossel Caipira.
Vadão foi essencial para valorizar a parte psicológica. Cada atleta era único. Tratava de modo individual. Entendia seus dramas e ajudava na busca de uma solução. Revelação de atletas? Projetou Rivaldo e Kaká. Que foram eleitos como melhores do mundo da Fifa? Precisa dizer algo mais? Não, não precisa.
Como repórter cansei de ouvir de sua boca, a seguinte frase: “Jogador não é robô”. Um claro sinal de que a parte humana era essencial .
Substitutos? Difícil. Em um futebol cada vez mais profissional e profissional, o calor e o sentimento de Vadão são insubstituíveis. Uma pena.
(Elias Aredes Junior)