Os tempos mudaram no futebol. Á primeira vista não senti repulsa por parte dos torcedores da Ponte Preta em relação a possível venda de Camilo ao futebol francês. Arrecadar dinheiro é do mecanismo do futebol, defendem muitos. A pergunta que está cabeça de muitos é a seguinte: o que será feito do dinheiro?
Não podemos esquecer que a própria diretoria estipulou em sua peça orçamentária que pretendia arrecadar R$ 15 milhões com a venda de atletas.
Pelas informações obtidas por este Só Dérbi, a meta já chegou a metade do caminho com a venda do volante. Alguém poderia argumentar que tal negociação apenas faz com que o orçamento fique mais próximo da realidade. Não é tão simples a análise.
O torcedor e o associado da agremiação não quer abrir mão de um ativo apenas para sustentar a máquina cotidiana. Mediocridade ninguém aceita. Todos querem ver o dinheiro revertido em novas contratações ou na pior das hipóteses na melhoria da infraestrutura.
É chato mas convém recordar: o Mirassol gastou parte dos recursos arrecadados com a venda de Luiz Araújo para o futebol francês na construção de um novo Centro de Treinamento e que em sua primeira fase custou R$ 6 milhões. Por que nunca se pensou em algo semelhante na Ponte Preta?
Você pode rebater com a questão da arena, sonho de consumo do presidente de honra Sérgio Carnielli. Então a decisão é esperar o tempo passar e deixar escapar a oportunidade de discutir novos saltos? Tudo tem que ficar em torno da vontade de meia duzia de pessoas? E a comunidade? É excluída do debate?
Por incrível que pareça, consideraria salutar até que o dinheiro arrecadado com Camilo começasse a quitar parte da divida com Sérgio Carnielli e que totaliza mais de R$ 100 milhões. E por um motivo: é um saco todos os anos verificar indiretamente aliados do ex-dirigente jogar na cara dos torcedores pontepretanos que sem seu investimento a Ponte Preta acabaria. Por outro lado a letargia impera na hora de quitar o débito.
Por que faço tal conjecturas em relação a utilização do dinheiro? Simples: porque o departamento de futebol profissional, comandado por Gustavo Bueno faz questão de ficar longe e em processo de litigio constante com a imprensa e automaticamente com o torcedor. Vê teoria da conspiração em tudo e em todos. Como acreditar que a transparência pode ser plena e total?
No final das contas, o que importa é fácil concluir: que a venda de Camilo deixe a Ponte Preta melhor do que se encontra.
(Análise feita por Elias Aredes Junior)