Venda de jogadores não é mais questão financeira na Ponte Preta. É uma alternativa de independência

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Durante quase 20 anos a Ponte Preta teve um mecenas. Sérgio Carnielli investiu na equipe, quitou dívidas trabalhistas e bancou folhas de pagamento e formou uma divida de quase R$ 101 milhões. Algo que deve ser lembrado e reverenciado. Sim, é verdade que ninguém lhe pediu para investir o dinheiro. Concordo. Mas meteu a mão no bolso nas horas de sufoco. Isso não deve ser esquecido. Jamais. Detalhe: pelo lado positivo.

Tudo na vida tem seu lado lamentoso. Por mais que sejamos bem intencionados, infelizmente não podemos fazer tudo aquilo que está ao nosso alcance. Não por má intenção e sim por incapacidade humana. Não nos encontramos em todos os lugares e de todas as formas. E involuntariamente ao pensar sempre em acudir a Ponte Preta no curto prazo, Carnielli não  preparou a equipe satisfatoriamente para o futuro.

Explico. O investimento deveria vir acompanhado de um planejamento meticuloso com incremento de infra estrutura e formação de receita própria por intermédio de bilheteria e uma categoria de base moderna e pujante capaz de revelar atletas aos borbotões. E que também atraísse jogadores de qualidade.

Qual foi a consequência? Com seu afastamento do dia a dia na questão de aportes pessoais, a Ponte Preta vive um quadro delicadíssimo. Precisa criar mil e um maneiras para sobreviver. Detalhe: dificuldades foram colocadas pela própria equipe ao perder as vagas para as fases seguintes da Copa do Brasil e do titulo do interior. Nesta brincadeira lá se vão embora quase R$ 1 milhão. Dinheiro que faz falta.Tremendamente. E a culpa não pode ser terceirizada.

Consequência: jogadores terão que ter os seus direitos econômicos fatiados para vender percentuais e gerar receita. A ultima transação foi Matheus Alexandre, que teve 60% de seus direitos vendidos por R$ 800 mil. É o ideal? Não, não é o ideal. Diria que é até deplorável. A diretoria deveria sentar, ponderar e buscar novas fontes de receita. E a torcida pontepretana entender que por enquanto este é o preço a ser pago para ficar sem apelar aos cofres alheios. Isto não impede a cobrança por um plano que remeta a independência absoluta. É isso que deve ser trabalhado.

(Elias Aredes Junior)