Wellington Paulista é o único culpado pela escassez de gols na Ponte Preta?

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O futebol é louco por encontrar vilões. Individuos que resumam um estado de espírito ou o sentimento de um grupo. A Ponte Preta não foge desta cilada e a goleada sofrida para o Corinthians por 3 a 0 produziu a sensação nas arquibancadas de que o drama está na falta de gols. Afinal, em 270 minutos foram apenas dois. Resultado: Wellington Paulista virou a bola da vez.

Interessante observar sua condenação ser proferida em tempo recorde. Neste mesmo espaço cansamos de alertar sobre a importância de WP9 para a colaboração no trabalho de marcação e sua disposição de focar no sentido coletivo. A torcida não discordava. Tanto que nas vitórias, apesar da seca de gols do atacante, sua substituição gerava aplausos no Estádio Moisés Lucarelli. Os 90 minutos na Arena Itaquera mudaram tudo.

Ele tem culpa? Impossível ignorar tal fato. Sua preocupação por vezes em atender as solicitações de Vinicius Eutrópio, Alexandre Gallo e Eduardo Baptista foi tamanha que não sobrava espaço para pensar em buscar o gol, um cenário que auxiliava para seu distanciamento do gol. Muitas vezes, a Macaca utiliza os laterais para buscar a linha de fundo e ao levantar a bola na área verifica-se o posicionamento de WP9 nas imediações da meia lua. Não tem como dar certo.

O centroavante pontepretano ainda peca por não ser ousado e burlar as orientações da prancheta. Deveria conduzir uma positiva “desobediência civil” e ficar no local em que fica mais à vontade: dentro da área, pronto para o arremate ou rebote.

Só que Wellington Paulista não está sozinho. Apesar de estar sendo construída sob um sistema de jogo que prima pela solidez, a Ponte Preta é prejudicada pela instabilidade técnica de seus jogadores. Quem atua bem hoje desaparece amanhã. Jovens como Matheus Jesus até tem lógica. O que dizer então de Felipe Azevedo, um tufão contra o Palmeiras e uma brisa contra o Corinthians? Pois é.

Não fico em cima do muro. Wellington Paulista deveria ser colocado na reserva e Roger ganhar uma chance entre os titulares. Só que a medida não pode apagar a necessidade de uma cobrança de regularidade técnica por parte todos os jogadores da Ponte Preta. E o centroavante pontepretano deve ser recuperado e jamais queimado em praça pública. A Alvinegra precisa de gols. E de bom senso. Para não chorar no futuro.

(análise feita por Elias Aredes Junior- foto da Agência Corinthians)