Guarani, um clube abandonado e desprezado pelos seus ex-presidentes

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O Guarani vive os preparativos para o confronto de sábado, às 16h30, contra o Oeste, em Barueri. Uma derrota e a zona de rebaixamento poderá entrar em pauta.

Inegável que, mesmo com uma demissão de Marcelo Cabo, o presidente Palmeron Mendes Filho será cobrado pela torcida. E em caso de empate ou vitória deverá trabalhar para a permanência na segundona e afastar o fantasma da terceirona.

Palmeron nunca tinha ocupado o cargo máximo. Normal encarar dificuldades de adaptação. Poderia pedir conselhos para quem já ocupou a cadeira e passou por sufoco semelhante.

Eis a triste constatação: Palmeron está abandonado. Melhor: o Guarani é desprezado por seus ex-presidentes.

Acompanhe o noticiário. Presidente da agremiação em três períodos e por 15 anos, Leonel Martins de Oliveira seria um conselheiro precioso de um clube centenário. Onde está? Sumiu. Beto Zini, por sua vez, ocupou a presidência por 11 anos. Não está afastado do Guarani. De vez em quando atua como conselheiro informal de um ou outro presidente. Poderia ser melhor.

José Luis Lourencetti é considerado um dos piores da história. Ficou seis anos na cadeira do queijo, apelido dado ao prédio administrativo localizado no estádio Brinco de Ouro. Ok, concordo que o dirigente talvez é inadequado para dar lições de boa administração no futebol. Só que ele poderia dizer aquilo que não se deve fazer e aquilo que foi responsável por sua ruína. Nada disso. Toca sua vida como se nunca tivesse passado por ali.

O que dizer então de Marcelo Mingone e Álvaro Negrão? Atuantes na gestão de Leonel Martins de Oliveira, ocuparam a presidência do clube com resultados distintos: o primeiro disputou a final do Paulistão de 2012 e plantou a semente para o rebaixamento na Série B do mesmo ano.

Negrão, apesar dos esforços, colheu a lanterna do Paulistão de 2013 e não deixou saudades.

Tanto um como outro sumiram do dia a dia do clube. Divergências com o atual grupo político? Normal dentro do processo democrático, mas isso não é argumento para abandonar o clube, o processo decisório da diretoria executiva e nem o Conselho Deliberativo. Amar o clube não é esperar a derrocada e surgir como salvador da pátria. É colocar a cara para bater e propor, fiscalizar, conversar. Democracia não é feita somente de vitórias.

Horley Senna? É uma esfinge. Está nas categorias de base e não há conhecimento sobre sua avaliação sobre o atual estado de coisas. Péssimo sinal. Sim, porque se Palmeron faz parte de idêntico projeto político, o sucesso ou fracasso de um será do outro.

A paisagem devastadora mostra que o Guarani para  seus ex-presidentes foi algo passageiro. Que Palmeron não faça parte deste grupo no futuro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)