Acompanhar os bastidores da Ponte Preta é aguardar por surpresas. Geralmente para pior. Prova disso é a trajetória de definição do orçamento para a atual temporada. No ano passado, o valor ficou definido em R$ 69 milhões. Claro sinal de que o clube apostava no acesso. Não deu certo. Resultado: o remanejamento foi necessário.
E o que foi apresentado pela diretoria é para entrar em desespero. Com R$ 32 milhões de receita e despesas de R$ 44 milhões. A previsão já sai com saldo negativo de R$ 12 milhões. Pior: ninguém sabe de onde vai tirar o dinheiro para fechar as contas. Inadmissível.
A maioria das despesas são previsíveis e não há como cortar. Nem o departamento amador porque sem investimento não há como revelar jogadores e posteriormente arrecadar fundos.
Agora, é preciso tocar na ferida: não dá para concordar com gastos de R$ 26 milhões no futebol profissional.
Não há recursos. F
Dilema estabelecido: se o futebol profissional ficar com os salários em dia, o restante do clube vai padecer. E se as obrigações para a manutenção do clube forem conduzidas de maneira correta, é lógico que teremos atraso de salários.
Imprensa (este Só Dérbi incluído), torcedores e dirigentes precisam lidar com a realidade: a Ponte Preta não tem condições de bancar uma folha salarial do atual porte.
Precisa cortar.
Na carne.
Compreender o inevitável decréscimo técnico no gramado. Ou o caixa do clube será infinitamente quebrado? A troco de quê? De um acesso que depois fará com o clube use a cota da Série A para pagar, pagar e pagar?
Está na hora de uma revisão de prioridades. Urgente. (Elias Aredes Junior)