Dinheiro: sem este craque, o Guarani terá dias turbulentos na Série B

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Começou a contagem regresssiva do Guarani para a estreia na Série B do Campeonato Brasileiro . Contratações estão sendo feitas a toque de caixa, o técnico Oswaldo Alvarez precisa encontrar soluções criativas na escalação e a torcida busca uma mobilização alternativa diante da perspectiva dos dois primeiros jogos, contra Brasil de Pelotas e Figueirense serem disputados com portões fechados. Neste contexto, um tema parece relegado ao segundo plano: dinheiro. Não deveria.

A derrota inicial na área judicial para o desbloqueio das cotas de televisão- no valor total de R$ 4,1 milhões – é um aviso de que o drama é muito maior do que se poderia imaginar.

Você pode citar o valor de R$ 350 mil mensais para o clube determinado pela Justiça e sob a responsabilidade de Roberto Graziano. Não é para destinar tanta confiança. Existem obrigações trabalhistas e contas de manutenção para serem quitadas e que não podem ser desprezadas. Ou seja, é preciso buscar novos recursos para financiar o departamento de futebol profissional.

Que não estão fáceis de se obter diante do rendimento claudicante da economia. O novo presidente do Conselho de Administração, Palmeron Mendes Filho faz a sua parte. Destila otimismo e diz que os recursos serão obtidos para deixar o Guarani em condições mínimas de competitividade.

Confesso minha desconfiança. Afinal, o Guarani já perdeu momentaneamente uma quantia que já é a menor dos clubes participantes da segundona nacional, idêntico drama vivido por ABC, Juventude e Boa Esporte, todos recém-promovidos.

Como superar o cerco financeiro e de quebra conseguir montar uma equipe capaz de tirar pontos do Internacional, proprietário de uma cota de R$ 60 milhões, de um Goiás com R$ 35 milhões e dos recém rebaixados, todos  com mais verba à disposição do que o Guarani? Basta dizer que o Figueirense, 18º no Brasileirão do ano passado terá R$ 6,4 milhões; o Santa Cruz, que foi 19º, receberá R$ 6,2 milhões; e o América-MG, rebaixado como lanterna, ganhará R$ 6 milhões.

Nem que os concorrentes tenham seus problemas com a Justiça é lógico supor que a desvantagem do Guarani é latente. Perspectiva de verba sombria, montagem de equipe em atrasos e apreensão da torcida. Dizem que Vadão operou milagres em 2009 e 2012. Pois eu digo que dessa vez a missão será abrir o Mar Vermelho e chegar seco na outra margem do rio. Não será fácil.

(análise feita por Elias Aredes Junior)