A demissão de Vinicius Eutrópio e a constatação: trocar a comissão técnica é apenas a ponta do iceberg

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Em meados dos anos 1980, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gostava de fazer uma brincadeira com aqueles que cobriam política no Palácio do Planalto. A cada viagem de José Sarney ao exterior, ele disse que “a crise viajou”.

A primeira vista, poderíamos dizer que todos os problemas do Guarani estão resolvidos com a demissão de Vinicius Eutrópio do futebol do clube. Um time mal montado, escalações equivocadas e um rendimento técnico que passou longe de um nível satisfatório. Um horror. A presença na zona de rebaixamento é a consequência do seu trabalho ruim.

Uma pergunta deve ser feita: será que a crise foi embora mesmo? Tudo entrará no rumo adequado? Eutrópio é a ponta do iceberg de uma estrutura destruída, desnorteada e sem rumo definido.

Basta verificar os acontecimentos. No inicio do ano, Osmar Loss foi contratado e implantou uma metodologia baseada em um estilo robótico e disciplina tática. Apesar dos seus vacilos, as vitórias contra Corinthians e São Paulo concederam a permanência. A derrota no derbi selou o seu destino.

A direção deu uma guinada de 180 graus e contrataram alguém com perfil ofensivo. E sem direcionar o conserto do sistema defensivo. Para completar o pacote, saíram de um contrato com multa alta para outro mais simples com Eutrópio. Claro sintoma de que não há orientação ou diretriz econômica.

Para piorar o quadro, Palmeron briga com Horley Senna, que não gosta do Renova Guarani, que espera a realização das eleições para o Conselho Deliberativo. Sem contar Nenê Zini, que até o ano passado era considerada a solução de tudo e hoje virou nome maldito no Brinco de Ouro.

Pense que demitir Vinicius Eutrópio é como tomar um analgésico que vai aliviar a sua dor por um instante. Amanhã a ferida vai arder novamente. Pior: ninguém quer tratá-la.

(Elias Aredes Junior)

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