Nas ruas, casas e nos grupos de discussão de pontepretanos nas redes sociais, a eleição programada para o dia 27 de novembro, está na boca do povo. De lado a lado, a tentativa é de vender o peixe de qual caminho será ideal para a Macaca nos próximos quatro anos.
Um fato chama atenção. A situação, em seu discurso padrão, afirma que não se pode quebrar tudo aquilo que foi feito por Sérgio Carnielli. A sua obsessão por pagar as dividas trabalhistas, tirar a Macaca das divisões inferiores, o crescimento e a melhoria no aspecto administrativo, entre outros elogios.
Em contrapartida, a oposição prega aos quatro ventos que não há como continuar com uma dinastia de 20 anos no poder. Que a Macaca está entregue aos empresários e a torcida não aceita mais campanhas de manutenção no Paulistão e no Campeonato Brasileiro, sem o pouco espaço que ele concede ao surgimento de novas lideranças.
Nesta tempestade de canivete, as pessoas vacilam no detalhe: todos discutem sobre a figura de Sérgio Carnielli e deixam em segundo plano a própria Ponte Preta. Não há debate em torno de ideias e sim sobre pessoas. Os dois lados são culpados.
Sérgio Carnielli é também culpado por permitir este culto desenfreado a sua personalidade. Ele mesmo já disse em entrevistas que ele um dia passará e a Ponte Preta vai permanecer.
Diante disso, pergunta-se: Por que não bloqueia esta culto, essa adoração a sua figura? Mais: quais são os planos do seu grupo político em médio e longo prazo? Quanto deseja investir no futebol? Qual o prazo para a conquista de um título? Cinco anos? Dez anos? Qual o planejamento de construção da Arena?
Sim, o erguimento do estádio deve virar pauta obrigatório em virtude do que está envolvido em outros clubes. O o Grêmio viabilizou seu estádio, o Flamengo mexe os pauzinhos para sua casa própria, o Atlético Mineiro acerta uma parceria com a MRV e a Ponte Preta continua na maquete? Por quê? Crise econômica? Porque os outros times são gigantes? Ué, mas o próprio grupo político afirma que a torcida da Ponte Preta é gigantesca. É ou não é?
Por que ficou esquecida a construção de um novo CT para as categorias de base? Vou além: se o presidente Vanderlei Pereira (com razão!) estipula teto de salários e contas em dia, por que tantos erros de contratação? Pois é, o culto a personalidade de Carnielli faz com que temas relevantes não sejam abordados. A mediocridade reina. Infinitamente.
A oposição não fica atrás. O ódio e o ressentimento com Carnielli é tamanho que não há a adoção de uma bandeira, um norte, uma ideia. Tirar Carnielli pura e simplesmente é pouco. Perguntas práticas: como será a paga a dívida com o presidente de honra? Haverá investidores no futebol? Quais? Como eles serão ressarcidos? Quem cuidará do futebol? Quais os planos de conquista de título? E a Arena? Está na pauta? Ou vão reformar o estádio Moisés Lucarelli?
Sei que muitos oposicionistas deverão ficar chateados. Vão afirmar que estas ideias já existem e serão expostas durante a campanha eleitoral e até no lançamento da chapa nesta quarta-feira. Ok.
Fica a pergunta: por que tais conceitos não foram colocados em pauta durante estes últimos meses nas redes sociais até para que aquele que tem direito a voto sinta-se seguro em sua opção? Pois é. Detonar e xingar Carnielli serve para desopilar o fígado, extravasar sentimentos negativos, mas não resolve o básico: a construção do futuro. E isso só é feito com ideias e projetos, nunca em cima de culto ou ódio direcionado a pessoas.
Está na hora dos pontepretanos pensarem mais no clube e menos nas pessoas. Inclusive em Sérgio Carnielli, que é apenas mais um pontepretano e não o único.
(análise feita por Elias Aredes Junior)