Análise Guarani: Vadão e seu maior desafio profissional: fazer muito com pouco

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Erros fazem parte do roteiro de qualquer profissional de futebol. Decisões tomadas em frações de segundo e a conjuntura impõe obstáculos inesperados. Ninguém escapa. Oswaldo Alvarez, o Vadão, sentiu o gosto amargo deste conceito no duelo contra o Santa Cruz.

Boa parte do drama encontra-se na lateral-esquerda. Eron teve atuação decepcionante em boa parte do jogo e na etapa final teve uma lesão que obrigou o técnico a improvisar Lennon no setor e apostar no gramado Bruno Sousa. Foi o começo do fim, especialmente porque o garoto revelado pelas categorias de base mostrou que não tem a maturidade suficiente para atuar.

Pegue tal conjuntura e junte com as falhas de marcação de Claudinho no lado esquerdo e que deram uma “ajuda” providencial no primeiro gol anotado pelo time pernambucano. Juninho e Bruno Nazário deram conta do recado? A resposta é sim, mas fica difícil desequilibrar se Auremir e Evandro ficarem instáveis no gramado. Antes de entrar em campo, a contratação de Richarlyson está justificada, assim como do zagueiro Ewerton Páscoa. Ou você acha que as limitações e a lentidão de Diego Jussani não serão exploradas pelos concorrentes?

Eliandro com faro de artilheiro, a presença de bons armadores e o retorno de Fumagalli contra o Figueirense são fatores insuficientes para esconder a necessidade de evolução do Guarani na Série B. Que precisa encontrar uma maneira de não depender da base da Série A-2 e transformar a credibilidade em titular ativo. Que deverá aparecer já contra o Figueirense, favorito diante do Alviverde, obrigado a jogar com portões fechados.

Vadão já mostrou versatilidade, conhecimento tático e sensibilidade emocional aguçada nas suas outras quatro passagens pelo estádio Brinco de Ouro. Seria leviano de deixar de apontar uma constatação óbvia: sua margem de erro é diminuta. É o seu maior desafio profissional pela escassez de recursos, falta de respaldo diretivo e de infraestrutura. Em Recife, ficou comprovado: quando o comandante do banco de reservas comete erros, pela falta de alternativas, o Guarani quase não tem para onde correr.

(análise feita por Elias Aredes Junior)