Freios de arrumação acontecem em todos os setores da vida. Pessoas são convocadas a mudarem o rumo de seus métodos, conceitos e procedimentos. O futebol não é uma ilha isenta. A Ponte Preta muito menos. Após a derrota para o Botafogo não existe clima para pânico ou dâsanimo. Estamos na segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Só que o técnico Gilson Kleina terá que se debruçar e encontrar soluções no menor prazo possível.
Seria uma sacanagem de marca maior ignorar que o time pontepretano ainda tem reforços para serem inseridos como Emerson Sheik e Renato Cajá. Independente das camisas desocupadas é fato a urgência de se alterar a metodologia de jogo e corrigir defeitos.
Esqueçam o time do Campeonato Paulista. Apesar de altos e baixos, a velocidade deu o tom da campanha e do vice-campeonato. William Pottker era o atleta capaz de arrancar com a bola a partir da zona intermediária e ir para dentro da área adversária. Complementado pelo seu alto senso de conclusão, a perspectiva de vitória era altíssima. Clayson, ao ultrapassar os problemas particulares transformou-se em peça vital em virtude da capacidade de puxar os contra-ataques a partir da área defensiva. Tirava o sufoco e aliviava a pressão em instantes emblemáticos.
Hoje, a Macaca na prática tem apenas Nino Paraíba como homem de desafogo e de velocidade. Lins está nitidamente sem arranque e inspiração e Lucca, apesar da mobilidade e bom poder de conclusão, não tem a explosão requisitada.
O que fazer? Pelo atual elenco disponibilizado, uma saída é trabalhar com o lateral-esquerdo João Lucas para revezar com Nino Paraíba na tarefa do trabalho de desafogo. Escalar Claudinho o mais rápido possível para que coloca-lo como uma nova saída de velocidade no time titular é outra medida. Salutar seria uma correção de rumo no meio-campo. Só se estiver com grave problema físico para justificar sua presença no banco de reservas. Caso contrário, a cada dia ficará mais difícil a exclusão de Wendel e a aparição de Jadson. Se tinha a tarefa de auxiliar a zaga a ficar melhor colocada em viradas de jogo do oponente, nem isso está presente no horizonte. Então é melhor mudar para não lamentar no futuro.
Quanto a Emerson Sheik e Renato Cajá, quando estes estiverem prontos, o desafio de Kleina será encaixá-los em uma equipe com necessidade de atuar no contra-ataque e que receberá atletas talhados na atualidade para o jogo cadenciado. Negueba? Prefiro aguardar, especialmente pelos seus altos e baixos na carreira. Se não virar um “novo” Lins já estará de bom tamanho.
A diretoria de futebol deverá arregaçar as mangas e buscar reforços que possam incrementar o ataque e retornar com a velocidade perdida. Duro é ver que a prancheta não está isenta. A bola está com você Gilson Kleina.
(análise feita por Elias Aredes Junior)