Análise: raiva de Baraka precisa ser espalhada no Guarani em prol do objetivo do acesso

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Após a vitória sobre o Água Santa por 3 a 0, o volante Baraka disse uma frase emblemática ao repórter da Rádio Central e parceiro deste Só Dérbi, Júlio Nascimento. Na sua visão, o time deveria encontrar-se com “raiva” de disputar a Série A-2 e lutar para colocar o Alviverde na sua divisão, a Série A-1.

Interessante observação. Sob todos os aspectos.

Para o atleta, disputar a Série A-2 é o desperdício da oportunidade de entrar em campo para jogar contra Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, equipes com maiores índices de audiência na televisão aberta e fechada e que, automaticamente, convertem-se em vitrines para futuros contratos.

Disputar a Série A-2 é o passaporte para conviver com gramados ruins, estádios em condição depauperada e ficar longe do mundo das arenas e suas condições de trabalho. São motivos para ficar com raiva.

O torcedor não fica atrás.

Ficar confinado na Série A-2 é sinônimo de ostracismo e de sequer poder nutrir a chance de encarar a Ponte Preta e parar a cidade.  Passar domingo após domingo sem sentir o gosto de ver o seu time nos principais programas esportivos da televisão e de portais de internet de grande alcance.

Se tudo é tão ruim, por que o Guarani embala a sua quinta participação seguida na Série A-2? Aliás, uma situação que seria impensável de 1949 a 2001, quando a participação no Paulistão era uma rotina que beirava ao tédio. Ou a resignação positiva.

Bingo! Talvez esta seja a palavra: resignação, cuja definição é compreendida como a ação de aceitar voluntariamente e pacificamente uma condição imposta por parte de alguém ou algo, mesmo que o indivíduo resignado não concorde.

Desde 2014, o roteiro sempre foi idêntico. O time começava com o sonho do acesso, oscilava, perdia jogos importantes e no final lamentava a perda da vaga. Só que no fundo, no fundo, alguns componentes do Conselho de Administração respiravam aliviados pois achavam que poderia ser pior. Ou seja, na falta da Série A-1, a segundona servia como prêmio de consolação.

Quem sabe a “raiva” propagada por Baraka seja a alavanca que faltava para jogadores e comissão técnica tirarem o time do atoleiro. Porque se depender dos dirigentes, não tenha dúvida: o tédio e a resignação irão prevalecer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)