Análise: restrição na troca de treinadores na divisão de elite aumenta responsabilidade dos executivos de futebol

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Em votação apertada, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro decidiram disciplinar a contratação e dispensa de treinadores para a competição que será disputada de maio a dezembro. Em suma, cada time poderá fazer somente duas demissões de comandantes da comissão técnica. Na terceira vez, o ocupante do cargo obrigatoriamente será um auxiliar técnico fixo e com, no mínimo, seis meses de vinculo empregatício. Os treinadores, por sua vez, se pedirem demissão por duas vezes, na terceira só poderão trabalhar em outra decisão.

Uma decisão que vai mexer com o mercado e vai aumentar a responsabilidade e o poder do executivo de futebol ou de que estiver a frente do departamento.

São esses profissionais que definem o técnico. Em alguns casos, nem o presidente interfere. O executivo, por sua vez, tem a prerrogativa de escolher os jogadores, definir o perfil de jogo e o treinador. Com esta nova regra, o executivo sabe que não pode errar. O profissional contratado não pode ser um motivador ou alguém com discurso fácil, mas alguém com perfil profissional sólido e capaz de atravessar os solavancos do Brasileirão. Pois ele que uma oscilação que seja, não é só o treinador que vai rodar. Ele também.

Antes da nova regra, se um executivo de uma equipe ameçada pelo rebaixamento demitia três ou quatro treinadores e contratava um que tirava o time do sufoco, ele poderia afirmar em alto e bom som que sua missão foi cumprida. E jogava-se no mar do esquecimento os três erros anteriores. Esta roleta russa acabou na divisão de elite. Ainda bem.

(Elias Aredes Junior)