Cada um decide o papel que deseja ocupar na vida. Participante da vida política do Guarani nos últimos anos, o Renova Guarani decidiu ser um coadjuvante de luxo. Uma peça de relevo, mas que não carrega a história nas costas.
Sem a sua presença, tudo torna mais dificil. Quando penso em tal conceito, eu lembro de Sean Connery no filme “Os Intocáveis”, de 1987 e com direção de Brian de Palma. Sem ele, o filme não sairia do mesmo jeito. Suas digitais são tão fortes que por vezes parece que ele era o dona da festa. Não era. O ator principal era Kevin Costner.
Ok, falamos de futebol e não de cinema, mas o raciocínio é super válido. Porque o Guarani dos últimos 10, 15 anos, tem pegadas e a marca do Renova Guarani. Sem ocupar qualquer assento no Conselho de Administração, o Renova é tema de discussões, debates e controvérsias no ambiente político do Guarani.
Algumas conquistas são inegáveis. A mais visivel é a publicação dos balanços financeiros no site oficial do Guarani, um trabalho capitaneado por Fábio Araújo. Nota 10. Nota 1.000. Com Marcelo Dias no comando do Conselho Deliberativo, o Renova, mesmo que indiretamente comanda a convocação de uma Assembleia Extraordinária de Sócios. Ok, reconheço que o efeito prático disso é muito pequeno. Mas pelo menos demonstra vontade e interesse pela crise vivida no gramado.
Tais atitudes positivas não retiram a necessidade de responder por vezes as criticas de grupos oposicionistas que afirmam por A mais B que o Renova tem uma viés elitista ou que fica apenas na teoria, sem adotar medidas práticas e concretas.
O ideal seria que o Renova fosse protagonista, ocupasse assentos dentro do Conselho de Administração. Assim poderiamos comprovar qual o real potencial do grupo político para mudar o atual estado de coisas no Guarani e se as criticas são procedentes. Sim, porque uma coisa é você ajudar auxiliar ou dar respaldo. Outra é encontrar-se no comando.
Como contraponto, o Renova Guarani sempre (com razão!) de que é impossivel alguém que viva do suor possa abandonar tudo para cuidar exclusivamente do clube. Que o dirigente estatutário acaba limitando as possibilidades de ascensão. Ok, posso até concordar.
Então porque não se discute para valer a remuneração para os integrantes do Conselho de Administração? Sim, eu sei que é um assunto velho, requentado, mas por outro lado considero que o Guarani, hoje lanterna da Série B, não pode apostar todas as suas fichas na Sociedade Anônima do Futebol ou em qualquer modalidade privada.
Tem que se esgotar todas as possibilidades oferecidas pelas Associações sem Fins Lucrativos. E requisitar um protagonismo mais efetivo dos associados é uma saída.
O Renova Guarani precisa abrir mão do papel secundário para assumir o protagonismo no Guarani. Até para que a realidade e potencialidade de cada um apareça de maneira clara e cristalina.
(Elias Aredes Junior|)