Guarani na Série B: qual o motivo para tamanha euforia?

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Futebol é perverso. Prega peças quando menos se espera. Incrivel como os torcedores em Campinas não aprendem um conceito tão simplório. No Guarani, a cautela deveria ser regra de conduta.

É uma gangorra de emoções nesta Série B do Campeonato Brasileiro. Durante boa parte da gestão do técnico Oswaldo Alvarez, o sonho era a disputa da Série A de 2018, apesar das gritantes falhas de infra-estrutura do clube alertadas em artigos opinativos e reportagens deste Só Dérbi. Nada disso. A ordem era viver o hoje, sem medir as consequência.

Apareceu a fase de seca. Vadão foi demitido, Marcelo Cabo configurou-se um fracasso e Lisca teve dificuldades na derrota para o Náutico. Setoristas de rádio noticiaram, por exemplo, que logo após o revés em Caruaru uma reunião foi feita com os jogadores. Detectar possíveis focos de conflito era ordem primária. Veio o confronto com o ABC e o futebol exibido foi de terceira divisão. Empate merecido. Rendimento decepcionante sob todos os aspectos.

Não sabemos o que ocorreu, mas o desempenho contra o Juventude foi consolador ao torcedor. Vitória por 2 a 0, marcação implacável e dedicação dos atletas como há muito não era presenciado. Imediatamente, as redes sociais foram invadidas de um otimismo até infundado, em que a frase corriqueira era de que haverá dérbi em 2018. Ou seja, a manutenção está garantida e o clássico com o eterno rival voltará.

Perguntar não ofende: não é um absurdo cravar esse diagnóstico com base em apenas uma partida? Que argumentos o Guarani forneceu durante TODO o campeonato para que de uma hora para outra tudo fosse considerado sacramentado?

Se o rendimento for mantido, é obvio que os resultados ficarão mais próximos. Qual a garantia de que isso irá acontecer? Ou alguém acha que será moleza encarar o América Mineiro, Ceará e Internacional, todos nas rodadas finais e componentes ou postulantes ao grupo de classificação?

Esse ufanismo infundado deveria ser retirado do campo e a humildade ser prioritária. Pensar um jogo de cada, reconhecer as limitações de cada atletas e não sossegar enquanto não alcançar os 47 pontos. Abraçar o fanatismo inconsequente é dar sopa para o azar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)