O dicionário define que uma pessoa consciente é aquela com capacidade de entender, raciocinar ou interpretar os fatos. Quem é desenvolvido com consciência, zelo e cuidado. Pois este foi o camisa 10 que entrou em campo na vitória do Guarani sobre o Botafogo pelo placar de 2 a 0.
Antes de qualquer análise é preciso deixar claro: nada mudou. Esse conceito vale em relação à qualidade do time. Continua fraco e limitado. Elenco mal montado. Se existe um mérito no técnico Junior Rocha foi a de jamais reclamar. Foi trabalhar. Com o respaldo de Toninho Cecílio e Danilo Silva. Um observador atento verifica melhorias nítidas.
Compare com as três rodadas anteriores e veja um novo cenário de marcação. Sai o time leniente, apático e que assiste ao oponente e entrou no gramado um time feroz em cercar os espaços, especialmente na saída de bola. Foram incontáveis as vezes que o Pantera não conseguiu sair para o jogo porque um jogador bugrino tomava a bola. Podia ser qualquer um. Sempre existia alguém. Os dois gols bastaram pelo fato de nunca ocorrer desistência em buscar a bola. Consequência: alto número de faltas. Raciocínio: se uma equipe é limitada, o jeito é correr. De preferência impedir o progresso do rival. Foi o que fez o Guarani.
Coloque este ingrediente juntamente com um claro trabalho de recuperação emocional. Junior Rocha não rifou ninguém. Tratou de recuperar a confiança do atleta. Por isso foi positivo assistir um armador como Chay com lances interessantes e Heitor, expulso contra o Vila Nova, exibiu uma nova postura. É um cracaço? Nada disso. Mas é o que está à disposição.
Para arrematar, as qualidades ficaram escancaradas. Com esse elenco, a velocidade tem que prevalecer. Luccas Paraízo e João Victor não foram apenas os autores dos gols, mas aqueles capazes de expor novos caminhos. No contra-ataque.
Lógico, é preciso colocar o contexto: o Guarani venceu uma equipe desfalcada, que não tem exibido um futebol primoroso em 2024 e cujo treinador busca identidade. Os itens não desmerecem o principal: Junior Rocha mostrou o desejo de fazer muito com pouco no Guarani. Apesar das gigantescas falhas de planejamento, da qual nem ele ou Toninho Cecílio e Danilo Silva tem qualquer culpa. A vitória é um alento.
(Elias Aredes Junior-com foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)