Inegável a péssima partida feita por Richarlyson na goleada sofrida diante do Paraná. Impossível esconder o quanto foi envolvido pelo lateral-direito Cristovam e a dificuldade para segurar o ímpeto do atacante João Pedro e o próprio armador Renatinho. Pela ótica do torcedor e do cronista esportivo sua substituição por Salomão era mais do que correta. Certo? Nem tanto.
A medida tomada por Marcelo Cabo demonstra insensibilidade na gestão de um grupo inseguro, sem rumo e com a necessidade somar 13 pontos para fugir de qualquer risco de rebaixamento.
Queiramos ou não, Richarlyson não é um jogador qualquer. Mesmo que alguns dirigentes atuais tenham torcido o nariz para a sua contratação e bancada pelo ex-presidente Horley Senna.
Explica-se: Richarlyson é um jogador com currículo robusto. Tricampeão brasileiro, campeão da Libertadores e Mundial. Jogou nos principais palcos do futebol mundial, conviveu com atletas de alto quilate técnico e com treinadores tops. Sua história tem peso em vestiário de qualquer clube do mundo. Imagine no Guarani.
Apesar de ostentar um currículo invejável, o Alviverde passa por claro processo de reconstrução. Richarlyson, assim como Fumagalli deve ser respeitado. Automaticamente, Marcelo Cabo deveria tomar o cuidado necessário ao lidar com o volante e lateral-esquerdo.
Como não vai jogar contra o Paysandu por suspensão, que permanecesse com o atleta até o final e posteriormente realizasse a mudança na posição a partir do confronto com o Paysandu, quando Salomão ocupará a posição. Se o garoto agradar, a permanência é um procedimento lógico. E mais: o que a saída de Richarlyson iria alterar um placar que já estava 4 a 0 para o oponente? Nada.
Do jeito como o episódio foi conduzido, apesar de satisfazer a sede de massacre do torcedor, Marcelo Cabo ganhou um relevante problema . Ou seja, convencer o atleta de que não foi alvo de fritura e que ainda é útil ao elenco. Que ninguém se iluda: o desafio é imenso.
(análise feita por Elias Aredes Junior)