Mauricio Souza é demitido do Guarani. Ele é o único culpado? Longe disso. Só os alienados não enxergam

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Equipes de futebol tratam crises administrativas e esportivas com a determinação de terceirizar os culpados. O importante é salvar a pele dos dirigentes, sejam estatutários ou remunerados. Não serei louco de ignorar os erros e equívocos do técnico Mauricio Souza na condução dos dois jogos com o Guarani. O seu sistema defensivo no primeiro jogo deveria diminuir o índice de erros e no confronto com o Brusque prevaleceram escolhas equivocadas nas substituições que não proporcionaram capacidade ofensiva a equipe. Agora, sejamos sinceros: ele é o único culpado por esse início péssimo? Não, não é.

Vamos começar do básico. Quem treina mal decepciona no jogo. Ou seja, se as duas primeiras rodadas a equipe somou duas derrotas, os sintomas apareceram nos longos dias de treinamento. É uma dedução com enorme possibilidade de acerto. Se estava ruim porque não trocaram antes da estreia? Este mesmo Mauricio Souza, agora arrebentado pela opinião pública, foi aquele receptor de elogios no Campeonato Paulista. Com justiça. Detalhe: não mudo minha visão. Ele é bom treinador. Então, podemos concluir que algum fator externo contribuiu para a queda de produção. Não sabemos o que interferiu no processo.

Agora, pense, reflita. Os dirigentes não apareceram para justificar a decisão. Jogaram um profissional aos leões sem fazer a mea-culpa. Quem contratou? Quais dirigentes estatutários autorizaram a montagem da equipe? Quando eles vieram a público encaminhar explicações? |Muitas perguntas sem resposta.

Quem será o técnico do Guarani? Pouco importa. Enquanto continuar este distanciamento com a torcida promovido pelo Conselho de Administração com a torcida, nada vai evoluir. Não dá para fazer futebol dos anos 1990, baseado no improviso, em pleno ano de 2025. Isso deveria ser aprendido pelo Conselho de Administração. Eles querem aprender? Está aí uma dúvida legitima.

(Elias Aredes Junior-com foto de Raphael Silvestre-Guaranipress)