Ponte Preta e Torcidas Organizadas: uma relação que precisa ser calibrada e ajustada. Sempre!

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Na vitória de sexta-feira contra o Goiás, uma cena ficou na mente: a dos jogadores em congraçamento com os torcedores no lado externo do Majestoso. Apesar da ausência de máscaras –é, a pandemia não acabou- o gesto valeu muito mais pelo simbolismo do que o efeito prático em si.

Foi para transmitir que os jogadores e torcida estarão juntos até o fim.

Este Só Derbi nunca e jamais vai criminalizar as torcidas organizadas. Consideramos que elas fazem parte do espetáculo e se constitui na última porta de entrada para os torcedores de menor poder aquisitivo, algo vital em tempos de elitização cada vez mais crescente no futebol.

Tal cenário não bloqueia a necessidade de calibrar essa relação clube-torcida.

É como feira livre: não pode ser próxima ou em frente de sua sua casa a ponto de atrapalhar- os dois lados- ou não pode ser longínqua o dificultaria o acesso. O meio-termo sempre é a saída.

Por que digo isso?

Porque é preciso analisar todos os cenários.

Todos. Hoje, na vitória e no triunfo, tudo bem. O diálogo flui de maneira positiva.

Agora, e quando acontecer uma derrota? E se a crise ressurgir? Quem poderá encaminhar a garantir de que a minoria barulhenta e violenta das torcidas será impedida de agir? Sempre é bom lembrar: de cada 100 torcedores, apenas seis protagonizam atos violentos, de acordo com o professor Maurício Murad.

A maioria é do bem.

E mesmo esta minoria é reflexo de uma sociedade violenta. Tem que ser analisada, orientada e punida quando ocorrer a necessidade.

Qual o cenário ideal? Que a torcida incentive, permaneça com sua independência e mobilize dentro de suas possibilidades e sem interferência na gestão. Quanto aos dirigentes, a competência precisa ser a palavra de ordem. Que tenham noção de sua missão institucional. Eles representam uma nação. E não podem decepcionar. Sob risco do caos retornar. Isso ninguém quer.

(Elias Aredes Junior-foto de Alvaro Junior-Pontepress)