Ponte Preta: MRP precisa ter tempo e tranquilidade para governar. Mas todos devem usufruir de liberdade de expressão

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Primeiro vamos aos fatos. Eles são inquestionáveis. O Movimento Renascer Pontepretano venceu as eleições. Vitória acachapante nas duas votações. Marco Antônio Eberlin foi indicado como presidente e Marcos Garcia Costa e Nenê Tognolo como vices.

Em outros tempos, todo o debate da opinião pública seria conduzido pelas rádios, jornais, televisões e portais de internet. 

Hoje tudo mudou. Não sei se para melhor ou pior. Mas mudou. As redes sociais sacudiram o mundo da comunicação e transformaram para sempre o debate da opinião pública.

Anteriormente, sem as redes sociais, existia um pacto não declarado entre os detentores do poder – seja em prefeituras, governos estaduais ou clubes de futebol – e os profissionais de imprensa.

Os 100 primeiros dias de administração seriam estabelecidos como uma trégua. O mandatário de plantão teria tempo para implantar o seu plano de governo. Após esse prazo, as criticas seriam feitas.

As redes sociais quebraram esse pacto. Não há trégua. O debate é intenso, forte e quem está prestes a tomar o poder precisa encontrar-se preparado. Com argumentos. Sempre

Felizmente ou infelizmente, esta realidade bateu a porta da Ponte Preta. Aqueles que estão insatisfeitos com a vitória do MRP já utilizam seus espaços no Twitter e Facebook para criticar toda e qualquer especulação. Critica em cima de  critica.

Essa atitude em divido em duas partes para análise. Minha visão pessoal é quando existe uma mudança de grupo de poder é precisar conceder tempo. São processos sendo alterados, rotinas que serão mudadas e planos que necessitam de um periodo para serem maturados.

Mas não recrimino quem já está de prontidão e com a critica afiada. E por que? Por que a democracia mudou. Foi implantada uma radicalização da liberdade, em que a internet era a Arena. E vou além: discursos vazios, de retaliação não servem.

Ao invés de ir nas redes sociais e rebater os eventuais reclamões, a postura correta é separar os argumentos e entrar no debate com a missão de esclarecer, não de retaliar. Debate inteligente sempre acrescenta, nunca separa. 

O que resolve é aparecer, debater com a opinião pública e encaminhar argumentos. Ao conceder entrevistas para as rádios de Campinas e duas lives deste Só Dérbi, o presidente eleito Marco Antonio Eberlin mostrou o caminho correto: conversar, esclarecer, divergir e debater. Tudo a luz do dia. E respeitar a opinião divergente.

A Ponte Preta precisa sim de harmonia. De que a Diretoria Executiva implante o seu plano, que o Conselho Deliberativo retome o seu protagonismo e que o futebol profissional viabilize uma melhoria. Tudo integrado em uma engrenagem.

A Ponte Preta tem que buscar a harmonia, jamais a paz de cemitério. Ou seja, que só um lado fale e o outro fique sufocado. Ou morto. Que situação e oposição (sim, ela existe) não caiam nessa armadilha.

(Elias Aredes Junior-foto de Divulgação)