A diretoria da Ponte Preta anunciou no final da tarde desta quinta-feira que vai exercer até o final deste mês a sua cláusula de preferência para aquisição de 50% dos direitos econômicos do atacante Moisés. O valor a ser pago será de R$ 500 mil. O clube campineiro terá direito a 100% dos direitos federativos. Ou seja, quem desejar o atacante terá que conversar com a diretoria executiva pontepretana.
Se estivéssemos em tempos de bonança e de estabilidade financeira, diria que o negócio é normal, bem feito e corriqueiro. Moisés é um atleta voluntarioso, ainda com muitos fundamentos a serem trabalhados e com característica preciosa para clubes médios do Brasil: transição rápida, atributo fundamental para quem joga fora de casa e no contra-ataque.
Duro é que não vivemos tempos de tranquilidade. Não sou eu quem diz isso e sim a própria diretoria da Alvinegra.
Quando você vende como “boa noticia” de que o déficit caiu de R$ 11.078.689,00 para R$ 9.788.653 involuntariamente a atitude é de empurrar o problema com a barriga.
Déficit menor? Correto. E capaz de traduzir o básico: a arrecadação é menor do que o gasto, tendência reforçada pela proposta orçamentária de R$ 44 milhões de despesas e R$ 32 milhões de receita. Ou seja, o dinheiro terá que ser arrumado para zerar as contas no dia 31 de dezembro. Independente que isso implique em redução de custos como foi prometido pelo presidente pontepretano Sebastião Arcanjo em entrevista coletiva realizada na tarde de quarta-feira.
Vamos traduzir: falta dinheiro. Recursos. Cada centavo deve ser decidido com racionalidade. E a compra de Moisés não deveria fugir desta receita. Seria duro abrir mão do jogador? Concordo. Mas em tempos de guerra, a prioridade é sobreviver.
A diretoria, por intermédio da assessoria de comunicação, afirma que os direitos serão pagos com recursos próprios. Digamos que os recursos sejam provenientes da classificação á segunda fase na Copa do Brasil após o triunfo sobre o Gama. Mesmo assim, não podemos esquecer de que existe uma folha salarial a ser cumprida e funcionários que precisam ter a sua dignidade assegurada de janeiro a dezembro, todos os anos. Na atual conjuntura, primeiro cumpra-se as tarefas prioridades. Depois, se sobrar recursos, direciona-se o investimento.
Comprar Moisés só vai se transformar em bom negócio se aparecer um comprador ainda neste ano. De preferência, em euros. Se este negocio aparecer palmas. De pé. Caso contrário, é apostar na roleta. E o torcedor da Ponte Preta está cansada de aposta nesta Las Vegas da Bola que virou o futebol brasileiro.
(Elias Aredes Junior)