Lisca administra tempestade no Guarani. Atende pelo nome de Evandro. Noticias afirmam que um desentendimento no vestiário provocou o afastamento do jogador. O tema foi abordado na entrevista coletiva e o técnico, conhecedor da fase delicada do clube, enalteceu as qualidades do atleta e colocou panos quentes na situação.
Medida acertada. E que leva a uma reflexão entre dirigentes, torcedores e formadores de opinião: até que ponto vai o direito de crítica em relação ao trabalho de um técnico de futebol?
Claro que falhas de escalação, posicionamentos táticos equivocados, posturas agressivas em entrevistas coletivas e demora em formular um modelo de jogo são temas que podem e devem servir de crítica. Agora, a critica deve vir acompanhada de um requisito: entendimento.
Vou além: compreensão. Perdemos de vista que setoristas, comentaristas, narradores, editores de jornal e de internet, por mais que estejam bem informados jamais terão todas as informações disponíveis.
Não estamos na concentração, não participamos da palestra, ficamos a margem do que ocorre no vestiário e não sabemos como é o relacionamento interpessoal de cada componente do elenco e da comissão técnica.
Parece que não, mas estes são fatores essenciais para tomada de decisões. No caso do volante Evandro, a opinião pública não tem acesso total ás informações que levaram a tal resolução. Então, como condenar o técnico Lisca? Quem poderia censurá-lo seriam o presidente do clube, Palmeron Mendes Filho ou o coordenador de futebol, Luciano Dias e os demais integrantes do Conselho Administração, conscientes certamente de tudo que ocorre no clube.
A ausência de Evandro poderá afetar o Guarani? Sim, pode. Mas a medida mais salutar é esperar a bola rolar e respeitar a decisão do treinador. Um pouco de ponderação nunca é demais.
(análise feita por Elias Aredes Junior)