Um papo real e necessário sobre o papel de Richard na Ponte Preta. Por André Procópio

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Calma, não se irritem. Sentem confortavelmente e vamos conversar sobre Richard. Além de entender sua função tática no time da Ponte, tenho começado a achar importante a permanência dele no time titular. Concordo que ele é ruim, horroroso, com a bola no pé e para finalizar.

Mas ninguém se dedica mais que ele. Pior: ninguém faz o que ele faz. A triangulação de lado direito entre Richard, Marcos Júnior e Albuquerque é a principal jogada da Macaca. Fora as investidas agudas de Moisés.

Em partidas que está difícil na extrema esquerda, sobra pra eles.

E foi assim contra o Brasil de Pelotas, em um  jogo discreto do lado esquerdo da Ponte em geral.

Quase tudo surgiu dooutro lado. Fora isso, num esquema em que o segundo volante sobe tanto pra dar amplitude, o extremo tem que ser alguém que faça. E se dedique  à essa cobertura.

Não tem outro no elenco que possa fazer essa função.

Yago não recompõe o suficiente e Niltinho tem características completamente diferentes, a começar pelo pé preferível. Na recomposição, a dedicação de Richard é louvável. Briga por todas, dá carinho, recupera várias, impede vários contra-ataques.

Talvez se a Ponte tivesse outra solução para ponta direita, a gente não precisasse ter esse papo. Mas não tem. As opções são escassas e, dentre elas, louve-se a sagacidade de Gilson Kleina em encontrar o remédio para a posição com “a pior” peça futebolisticamente falando.

Ele é limitado? Muito.

Porém, já passei da época de ter raiva da falta de qualidade ofensiva que ele tem, dos chutes para fora, dos cruzamentos no pé do zagueiro. Contra o Brasil de Pelotas  gargalhei de uma bola que ele recebeu livre na pequena área e isolou. O bônus dele é outro e, cá entre nós, primordial.

(Artigo do jornalista  André Procópio Sales-Especial para o Só Dérbi- foto de Alvaro Junior)