Uma reflexão sobre Guarani, Umberto Louzer, carências no banco de reservas e o trabalho mediano nas categorias de base

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Umberto Louzer encontra-se em uma encruzilhada. No setor ofensivo, o Guarani tem um time interessante. Bruno Nazário, Bruno Mendes, Erik e Rondinelly proporcionam lampejos criativos, capazes de levar o Alviverde à disputa do sonhado acesso. Fato.

Algo é incontestável: o parco banco de reservas. É um pesadelo. Não existe um jogador com talento para inverter a tendência de uma partida. Nem Fumagalli, que na maioria das vezes foi acionado quando o resultado estava garantido. Contra o Taubaté foi em um esquema de emergência. Nada que leve a conclusão que o camisa 10 poderia desequilibrar. As pernas já não têm a força de antigamente. Diante disso, é preciso apostar nos titulares e seja o que Deus quiser. Neste enredo, um ponto fica esquecido: a falta de excelência na revelação de jogadores nas categorias de base. Não tem. No máximo, atletas razoáveis. Resultado: não resolvem e ganham mais desconfiança do que credibilidade.

Não falo à toa. O  lateral esquerdo Salomão teve 24 partidas para exibir sua personalidade e qualidade. Ficou marcado como um atleta como muitas deficiências técnicas e táticas. Formado no Sub-20, perdeu a vaga para Marcílio, longe de nutrir virtudes como credenciais para disputar a divisão de elite. Elias e Serafim são outros que entram nesta galeria de decepções momentâneas.

São culpados? Nem eles ou técnicos que passaram pelo Sub-20, e sim os anos e mais anos que o Alviverde não teve qualquer política linear para formação de jogadores. Nunca houve continuidade. Uma política com começo, meio e fim e talhada para colher jogadores com qualidade para revender ao exterior ou ao futebol nacional e assegurar vitórias no gramado. Nada que o próprio Guarani não tenha feito em sua história.

Para comprovar a minha tese basta recordar que, no passado, Amoroso e Roberto Constantino foram os responsáveis pela base. No ano passado, estava a cargo de Horley Senna e agora tudo leva a crer que será terceirizado. Como viabilizar resultados positivos com tantas mudanças? E aí não tem como disfarçar: o grupo político de Palmeron Mendes Filho e Horley Senna tem culpa no cartório. Queiram ou não.

O problema é que o tempo passou e hoje o espaço que era ocupado pelo time bugrino é desfrutado por outro como o Atlético Paranaense, Coritiba, entre outros.

O último jogador revelado pelo Bugre e que vestiu a camisa da Seleção Brasileira é o centroavante Jonas, hoje no Benfica. Passou da hora de reencontrar o rumo de um caminho já percorrido. A hora que tal fato acontecer Umberto Louzer não ficará preocupado com o banco de reservas. Vai celebrar.

(analise feita por Elia Aredes Junior)