O caminho para a Macaca: o que há de comum nas derrotas corintianas?

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Precisando da vitória para deixar a zona de rebaixamento e continuar respirando na elite do futebol nacional, a Ponte Preta recepciona o líder Corinthians, às 17h de domingo, no Moisés Lucarelli. Mesmo em posições tão distantes, os dois times têm algo em comum: o momento negativo no Campeonato Brasileiro. A equipe de Fábio Carille passou de temida a destemida desde o início do returno e o Só Dérbi traçou um paralelo sobre a campanha ruim do Timão nos últimos jogos.

O Corinthians perdeu cinco jogos no Brasileirão: dois em Itaquera e três como visitante. Mesmo assim, segue não só liderando o Brasileirão, mas também tem a melhor campanha como visitante da competição. A tarefa da Ponte Preta será árdua, mas existe um caminho para a soma dos três pontos neste final de semana.

Os principais defeitos destacados nas derrotas corintianas estão interligados: erro de cobertura dos laterais, ataque adversário pressionando e bola parada. O rival da Macaca costuma jogar de forma fechada e paciente para o contra-ataque. O problema é que a fase dos jogadores do sistema ofensivo colabora para a falta de gols e a equipe tem se obrigado a desguarnecer da solidez defensiva para pressionar os adversários.

Confira os pontos decisivos para as derrotas do Corinthians no Brasileirão:

  • Corinthians 0x1 Vitória (Itaquera)

O primeiro baque da equipe no Brasileirão. Após um primeiro turno irretocável e de invencibilidade, o Corinthians foi surpreendido pelo time de Vagner Mancini no próprio estádio. Como destacou o próprio treinador, o Vitória “soube sofrer” e esperou a oportunidade de pegar a defesa corintiana desorganizada. E foi através de um contra-ataque nas costas do lateral Guilherme Arana que surgiu o único gol da partida.

  • Corinthians 0x1 Atlético-GO (Itaquera)

Novamente em Itaquera, o Timão viu a zebra do último colocado, Atlético-GO, passear em campo. Mesmo pressionando durante os 90 minutos, a equipe da casa sofreu com a falha do posicionamento defensivo no escanteio. Após uma bola cobrada na primeira trave, a cobertura não se posicionou bem e o Dragão arrancou uma surpreendente vitória.

  • Santos 2×0 Corinthians (Vila Belmiro)

A primeira derrota do Corinthians fora de casa ocorreu no clássico na Vila Belmiro. O Corinthians, como de praxe, adotou a tática de jogar no contra-ataque e suportou a pressão santista no primeiro tempo com grandes defesas de Cássio, mas novamente sofreu com a desorganização defensiva. Após um erro de passe no meio-campo, Bruno Henrique iniciou contra-ataque nas costas de Fagner e cruzou para Lucas Lima marcar o primeiro. Coube ao Corinthians subir a linha da defesa para pressionar o Peixe, mas foi pego desprevenido em novo contra-ataque de Ricardo Oliveira.

  • Bahia 2×0 Corinthians (Arena Fonte Nova)

O revés para o Tricolor de Aço foi o mais atípico entre as cinco derrotas do Corinthians. A equipe não jogava mal e começava a controlar o jogo, mas o lateral Fagner foi pressionado na grande área e acabou cedendo o gol de graça para o Bahia. O segundo gol surgiu já nos acréscimos quando o goleiro Cássio foi para a área tentar o cabeceio, mas Marquinhos Gabriel errou um passe fácil no meio-campo e também foi generoso com os baianos.

  • Botafogo 2×1 Corinthians (Nilton Santos)

A bola parada que atormentou os corintianos contra o Atlético-GO voltou a incomodar no Rio de Janeiro. Os dois gols do Botafogo foram marcados neste fundamento. O primeiro, novamente na primeira trave, surgiu após um erro de cobertura de Guilherme Arana. Já o segundo gol foi facilitado por Rodriguinho não ter acompanhado o zagueiro Igor Rabello na dividida pelo alto.

Preocupado principalmente com a bola parada e a bola nas costas dos laterais, o técnico corintiano Fábio Carille deve modificar a equipe em dois pontos. A volta do zagueiro Pablo foi antecipada para melhorar o posicionamento defensivo e a jogada pelo alto. Quem também retoma a condição de titular é o paraguaio Romero, que terá a missão de ajudar Guilherme Arana na marcação de Emerson Sheik e evitar a bola nas costas.

O técnico Eduardo Baptista trabalha para usar a bola cruzada na área como estratégia para superar o líder. As jogadas com Danilo Barcelos e Emerson Sheik serão acionadas constantemente, mas o baixo aproveitamento de Lucca como homem de referência é a principal preocupação da atual comissão técnica pontepretana.

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)