O ufanismo é a cilada para as derrotas. O torcedor bugrino tem razão ao ficar entusiasmado com a liderança na Série A-2 e com o bom trabalho do técnico Umberto Louzer.
Sem contar o poderio ofensivo de Bruno Nazário e Bruno Mendes, bem ciceroneados por Erik. Nos últimos quatro jogos em que atuou como visitante, o Alviverde marcou 12 dos 24 gols contabilizados.
Uma performance elogiável. Mostra-se um time pronto para alcançar as primeiras posições. E formar uma base muito interessante para a segundona nacional, mesmo que aconteça a perda de alguns atletas por transferência para outros clubes. É do jogo.
Neste instante, digo sem medo de errar que o principal adversário do Guarani na reta final da Série A-2 são possíveis rompantes de vaidade. Em suma: considerar a vitória fruto de processo natural e não pelo esforço de marcação e de pegada dos últimos confrontos.
O torcedor pode e deve fazer festa. Talvez até seja justificável o arroubo de arrogância e prepotência com torcidas rivais diante da campanha exemplar. O futebol vive disso. Da piada, da tiração de sarro, do bate papo descompromissado, mas cheio de picardia e humor.
Jogadores, comissão técnica e dirigentes jamais podem pensar em entrar nesta onda. Até porque para começar os adversários restantes (Penapolense, Portuguesa e Votuporanguense) tem seus interesses e objetivos. Vou além: na semifinal um campeonato será iniciado. E nem há como advinhar suas características.
O Guarani tem suas armas. Os oponentes também. Se acontecer uma reviravolta na tabela e o Guarani encarar o São Bernardo, o Alviverde já saberá de antemão que vai encarar um time forte na defesa, que tomou apenas nove gols e que atua em contra-ataque.
E que tem em Wilson Junior na condução de um bom trabalho. E se o adversário for o Nacional? Existe a vantagem de Umberto Louzer ter passado pelo clube e conhecer os meandros e características de alguns jogadores. Mas a recíproca é verdadeira. E se acontecer um novo encontro com o Sertãozinho, que ninguém se iluda: os acontecimentos serão em outro cenário.
Óbvio que não há como comparar o Guarani e sua camisa com qualquer oponente da segundona regional. Qualquer um. Mas sem entrega, competição, raça, dedicação, concentração e determinação não há como pensar na obtenção do acesso.
Confiança de dias melhores, sim. Prepotência e arrogância jamais!
(análise feita por Elias Aredes Junior)