Estava no Brinco de Ouro em meados do ano passado. Conversava com o então técnico Oswaldo Alvarez e com seu auxiliar técnico Vaguinho. Uma figura surgiu no túnel. Era Bruno Mendes. Na época, encontrava-se parado e procurava um local para readquirir a forma. De imediato, perguntei sobre a possibilidade de o atleta voltar ao Brinco e o experiente técnico desconversou. Dias depois, a transação foi confirmada.
O reinício não foi fácil. A falta de forma física, as dificuldades de encaixar na Série B do Brasileiro transmitiam a sensação de que o processo ficaria paralisado. O Guarani fracassaria em nova tentativa para encontrar um centroavante? A dúvida pairava no ar.
Tudo mudou no dia 11 de novembro de 2017. O jogo era contra o CRB, e o Guarani precisava da vitória. Deixar de faturar os três pontos era sinal de volta a terceirona. Quando Bruno Mendes entrou aos 17 minutos do segundo tempo, o placar indicava 1 a 1, graças aos gols de Luiz Fernando para o Alviverde e Flávio Boaventura para a equipe alagoana. Até que aos 46 minutos o jogador de 23 anos surgiu e meteu para as redes o gol salvador. Delírio para os 6.464 pagantes presentes no Brinco de Ouro.
Se levarmos em conta que posteriormente o Alviverde perdeu do Londrina, empatou com o Luverdense sem gols e foi derrotado pelo Internacional na última rodada, o gol do camisa 9 sacramentou a permanência bugrina.
Bruno Mendes tem 45 jogos com a camisa do Guarani no peito. Na passagem inicial, em 2012, cravou seis gols em 23 jogos. Dessa vez, tem 10 tentos em 22 partidas desde 2017, de acordo com dados do site de responsabilidade de José Ricardo Lenzi Mariolani. Mais efetivo e decisivo.
Não, não queira compará-lo a Evair, Careca, Edmar, Aílton e outros personagens que envergaram a camisa 9. Ainda encontra-se em patamar inferior na parte técnica e em conquistas.
É possível cravar, entretanto, que 2018 é o seu ano como protagonista. O acesso passa por seus pés. Forma com Bruno Nazário uma dupla com intimidade com as redes. Após tantos anos de mediocridade de centroavantes no gramado, a torcida do Guarani agradece. E respira aliviada.
(análise feita por Elias Aredes Junior/foto: Letícia Martins – Guarani Press)