Enquanto as avenidas ao lado do Brinco de Ouro da Princesa transformaram-se em palcos de festa, buzinas, cânticos e foguetórios, Umberto Louzer foi aos microfones para conceder entrevista coletiva sem uma tonelada a menos nas costas. Com o título alcançado, o treinador fechou, com chave de ouro, a trajetória sonhada por todos os amantes do Bugre.
O comandante chegou ao ápice de sua curta carreira profissional justamente contra o primeiro adversário desta campanha. Em 17 de janeiro, com desfalques dos principais jogadores, o Alviverde foi derrotado, por 1 a 0, em Barueri e começou a Série A2 ainda mais pressionado.
“O futebol nos prega surpresas maravilhosas. Foram cinco anos seguidos sem conquistar o acesso. Eu disse na palestra que Deus uniu essas pessoas para levar a equipe à primeira divisão. Precisávamos coroar essa campanha com o titulo. É inconsciente que, após uma conquista árdua, o sentimento de conforto venha ao coração do ser humano. O meu desafio era recuperá-los fisicamente e motivá-los. A torcida nos apoiou até o fim. Jogar a A1 é muito importante. Isso vai abrir vitrine aos jogadores, graças à grandeza do Guarani. É um orgulho imenso”, afirmou.
Apesar do início irregular nas três primeiras rodadas com duas derrotas longe de Campinas, o capixaba valorizou o comprometimento do elenco e agradeceu a diretoria e a comissão técnica. “Veio um filme de um ano e pouco mais desde que aqui cheguei com o Barbieri como auxiliar técnico. Em três meses de técnico, fomos campeões. Agradeço a Deus por tudo que tem feito na minha vida. É no campo que consigo os meus objetivos. Sou privilegiado por ter um grupo maduro, apesar da média de 24 anos, comprometido e conscientes da nossa missão desde que aqui chegamos. É momento de felicidade. Agradeço a confiança da diretoria e ao apoio da comissão técnica”, disse.
“Tivemos um pouco de oscilação, equipe nova, se organizando e leva tempo para ter padrão de excelência. Os jogadores são responsáveis diretos pelo que alcançamos. Após grandes exibições e vitórias contra grandes adversários, estávamos aqui mostrando o que era preciso fazer para chegar a esse momento”, concluiu.
CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA:
MANUTENÇÃO DO ELENCO:
“Agora, com o encerramento dos Estaduais, o mercado ferve. Estamos na Série B e espero contar com o maior número possível desses atletas. O campeonato requer isso. São 38 rodadas, precisamos de um elenco grande para conquistar o nosso objetivo, o acesso à Série A. Vamos sofrer assédio dos grandes times, mas precisamos manter a base para chegar forte nessa competição. Segunda-feira é visualizar o jogo do Fortaleza, virar a página porque sexta já tem jogo”.
IMPORTÂNCIA DE FUMAGALLI:
“O Fumagalli é um cara que me ajudou muito desde que cheguei como auxiliar-técnico. É uma liderança, muito competitivo. Ele representa a marca desta conquista. No término de sua brilhante carreira, sempre procurou estar trabalhando. Sou privilegiado de estar fazendo parte deste momento e coroar com o título”.
ANÁLISE DA CAMPANHA:
“Apesar de jovem, vivo isso aqui. Tenho paixão enorme pelo que faço e muito respeito pelo Guarani. Quando se trabalha assim, está mais próximo do sucesso. Era o meu trabalho, mas a dúvida era normal. Acreditei nas minhas convicções e respeitei o DNA ofensivo do clube. Fomos o ataque mais positivo com 36 gols, sofremos em alguns momentos, mas procuramos o equilíbrio e saímos feliz. Já são três jogos sem levar gol e a defesa soube se portar.
PRINCIPAL VIRTUDE:
“Difícil falar de uma virtude só ao longo de 18 jogos. Nós soubemos jogar todas as fases. Tivemos sabedoria para jogar a semifinal. Jogamos com pressão e soubemos sofrer. Colocamos todo nosso potencial, torcida apoiou e fez festa bonita no Brinco”.
O elenco bugrino tem folga neste domingo. A reapresentação está marcada para segunda-feira.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Guarani Press)