Ao tomar a decisão de demitir Alexandre Gallo e bancar a consequente contratação de Eduardo Baptista, a Ponte Preta involuntariamente mudou o roteiro de um filme que queria repetir-se e cuja primeira exibição, em 2006, abriu as portas para o rebaixamento para a Série B, competição que a Macaca disputou de 2007 a 2011. Com algumas alterações, o enredo foi repetido em 2013 e o final foi infeliz.
Quando disputou o primeiro Brasileirão no formato de pontos corridos, em 2006, a Alvinegra campineira vinha de um Campeonato Paulista decepcionante em que ficou na 13ª posição com 25 pontos, muito distante de qualquer possibilidade de rebaixamento. O então técnico Oswaldo Alvarez foi mantido no cargo e o primeiro turno da competição não teve o saldo desejado, com 22 pontos e na 14ª colocação, um ponto a frente da zona do rebaixamento. No final, a Macaca ficou na 17ª colocação com 37 pontos e caiu.
Neste ano, apesar do aproveitamento de 64%, Alexandre Gallo se por um lado terminou na classificação geral na oitava posição com 22 pontos, também é verdade que viu a comemoração do oponente São Bernardo, que ficou com a vaga do grupo B às quartas de final com 23 pontos. No final do ano passado, a diretoria da Macaca anunciou que tinha a meta de disputar o título.
Na última vez em que foi rebaixada, o Campeonato Paulista serviu de escada para tomadas de decisão que se revelaram desastradas. Na ocasião, o então presidente Márcio Della Volpe mostrou contrariedade quanto a decisão do técnico Guto Ferreira de empatar com o Bragantino na última rodada e encarar o Corinthians pelas quartas de final. Apesar do jogo ter sido no Estádio Moisés Lucarelli, o Alvinegro comandado por Tite não tomou conhecimento e goleou por 4 a 0. A relação abalada entre direção e comissão técnica não foi suficiente para provocar mudanças e a arrancada inicial no Brasileirão foi um desastre: nos quatro jogos disputados contra São Paulo, Flamengo, Corinthians e Atlético-PR, a Ponte Preta venceu apenas o rubro-negro carioca e ficou na zona do rebaixamento. A demissão de Guto Ferreira não evitou no final a queda para a Série B.
Não há como fugir da constatação: a busca da diretoria pontepretana é fugir desses dois finais amargos e que culminaram com dois rebaixamentos e a perda de recursos e exposição na mídia. Resta saber se a tentativa dará certa. A bola vai responder.
(Artigo de autoria de Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Pontepress)