O dérbi está na boca do povo. Todos não veem a hora de chegar o dia 05 de maio. Guarani e Ponte Preta entrarão, certamente, diante de um Brinco de Ouro lotado. O cenário vai se repetir no segundo turno. O maior clássico do interior retorna após cinco anos e exigirá postura altiva, profissional e ponderada de dois personagens: José Armando Abdalla Júnior e Palmeron Mendes Filho.
Dirigentes em inicio de mandato, ambos têm a missão de deixar no passado um relacionamento que ficava calcado em uma rivalidade tosca, sem levar a lugar nenhum. Como esquecer a troca de farpas por intermédio das redes sociais entre Horley Senna, pelo Guarani, e Vanderlei Pereira pela Ponte Preta? Uma “troca de gentilezas” tão tacanha que, por um momento, muitos comemoraram o fato do clássico encontrar-se longe do horizonte.
Hoje, a situação mudou. O jogo é uma realidade e não há como negar o esforço de ambos para derrubarem a exigência de torcida única imposta pelo Ministério Público e Polícia Militar. E pasmem: muitas famílias estão com receio de comparecerem aos dois clássicos apesar da imposição do poder público. Motivo: todos sabem que as confusões ocorrem no lado externo dos estádios e longe dos holofotes da imprensa. Diante disso, é preciso alterar a estratégia, educar e buscar uma maneira de controlar as torcidas organizadas. Os dirigentes perceberam o equívoco e tentam inverter o quadro. Palmas para os dois. De pé.
A postura madura e de interesse público precisa ir além. Os dois presidentes deveriam encontrar maneiras de transformar o dérbi em um produto rentável e de forte apelo comercial. Amistosos durante o ano, ações conjuntas com patrocinadores e até uma ousadia: além de liberar a torcida adversária porque não batalhar pela instituição da torcida mista, um espaço de convivência entre bugrinos e pontepretanos? O método já está consagrado no Gre-Nal e com resultados muito positivos.
Palmeron e Abdalla têm uma estrada inteira para se consagrarem não como os presidentes que sentarão no camarote no dérbi para assistirem aos jogos. Eles poderiam unir forças para colocar o jogo em sintonia com as demandas e características do futebol do Século 21.
(análise feita por Elias Aredes Junior)