A Ponte Preta ganhou um ponto ou perdeu dois na estreia do Brasileirão?

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Existe uma discussão detonada desde o empate sem gols da Ponte Preta contra o Figueirense: a Macaca ganhou um ponto ou perdeu dois pontos na largada do Brasileirão? Não é uma resposta simples. Parece, mas não é. Diante da complexidade existente no futebol brasileiro, todos os fatores devem ser levados em consideração.

A Ponte Preta perdeu dois pontos se levarmos em conta a fragilidade do adversário, a sua falta de poderio ofensivo e escassez de opções. O Figueirense entrou na competição para não cair e um empate deveria ficar com sabor amargo. Mas pegue o vídeo tape da partida a partir dos 30 minutos do segundo tempo e chegará a conclusão de que o ponto acumulado pode ser comemorado. O Figueirense martelou, criou oportunidades, deixou a Alvinegra campineira encurralada e por pouco não comemorou.

A Macaca perdeu dois pontos se analisarmos a tabela futura do Brasileirão. Ganhar do Figueirense era fundamental para acumular uma poupança antes dos confrontos contra Palmeiras, Corinthians, Flamengo e América Mineiro. Em um campeonato tinhoso e equilibrado não há espaço para vacilos. O fraco tem que ser suplantado. Sem dó ou piedade.

Duro é parar para pensar e chegar a conclusão de que a Ponte Preta ganhou um ponto. É só checar o retrospecto dos times do seu “nicho de mercado”.

O Flamengo ganhou do Sport; o Coritiba só passou pelo Cruzeiro porque o jogo foi no Estádio Couto Pereira; o Atlético Paranaense foi atropelado pelo Palmeiras; o Santa Cruz se deu bem mas expôs fragilidades do Vitória. O América Mineiro teve atuação consistente e criou oportunidades. Bastou um vacilo e o gol de Fred colocou tudo a perder. No Beira Rio, a Chapecoense contou com atuação inspirada do goleiro para defender um pênalti e assegurar o empate. A Ponte Preta pontuou na rodada ao contrário de quatro equipes médias ou pequenas. Tal fator não pode ser desprezado.

A Ponte Preta perdeu dois pontos caso seja revisado os melhores momentos e os gols perdidos por Wellington Paulista, Roger, Matheus Jesus ou até o zagueiro Kadu. Pisque os olhos e relembre duas defesas dificeis executadas por João Carlos e que evitaram um dissabor inesperado.

Dois pontos foram desperdiçados em Florianópolis se levarmos em conta a ambição do torcedor pontepretano de não só evitar o rebaixamento, como a de chegar além do 11º lugar da temporada passada com 51 pontos. Ultrapassar clubes de nível técnico quase igualitário é essencial para fazer história. Se você levar o conta o desentrosamento, o início de trabalho de Eduardo Baptista e a ausência de peças relevantes como William Pottker, Renê Junior e Thiago Galhardo, a conclusão é simples: o ponto ganho é bem vindo.

Por que tantas dúvidas? Como justificar tantas incertezas pelo resultado? Por que a graça do futebol é uma questão por diversos ângulos. E casar com o sentimento de eterna insatisfação. Algo é certo: só vamos saber o gosto deste ponto quando for realizada a última rodada, no primeiro final de semana de dezembro. Antes disso, o debate está aberto.

(análise feita por Elias Aredes Junior)