Um time de futebol é construído por vitórias no gramado e atitudes inesperadas de sua torcida. É essa conexão louca e por vezes sem sentido é que faz história e diferença na vida do jovem, velho, criança ou do jogador criado desde pequeno nas categorias de base. Pois a torcida bugrina tem uma chance única escancarada e parece ignorar os efeitos positivos.
Explico: o Guarani vai cumprir os dois jogos de punição imposto pelo STJD no Brinco de Ouro e com portões fechados. Convenceu a CBF a pagar a punição de uma maneira que não pudesse sangrar ainda mais os combalidos cofres. Faz o primeiro jogo contra o Guaratinguetá no próximo domingo de manhã e posteriormente no dia 12 de junho contra o Macaé.
Eis que o raro leitor ou leitora pergunta: o que a torcida poderá fazer se não poderá sentar na arquibancada? O que pode fazer diante da punição gerada a partir da confusão no jogo contra a Portuguesa no dia 14 de setembro do ano passado? A resposta é resumida em uma palavra: criatividade.
Esqueça diretoria. Despreze ajuda do poder estabelecido. A torcida bugrina poderia aproveitar a chance e detonar um sentimento de mobilização e aglutinação. Estratégias não faltam. Caminhão com trio elétrico na porta do estádio? Torcedores entoando gritos de guerra e que viabilize a chegada no ouvido dos jogadores? Não são más ideias.
Em Campinas, existe um costume enraizado. Bares e botecos localizados em bairros conhecidos ou nas regiões periféricas são adotados por torcedores de determinados times. O que impede de mobilizar os bugrinos das imediações para que estejam nestes estabelecimentos comerciais e assistam o jogo inaugural que terá transmissão pelo Esporte Interativo? O jogo contra o Macaé não terá televisão? Ora, não é desculpa. Junte a galera no boteco ou na própria casa e acompanhe a transmissão pelo rádio. O que não será perdoado é jogar fora a chance de aglutinar uma torcida marcada por sofrimentos e decepções desde 2001.
Está na hora do torcedor bugrino justificar a frase contida em uma faixa e sempre presente nos jogos longe de Campinas: “Você nunca jogará sozinho”. É hora de transformar a teoria em prática. Mesmo quando tudo rema contra.
(análise feita por Elias Aredes Junior)