Copas do Mundo produzem lições. Aprendizados que podem ser aplicados em diversas partes do planeta. Vivemos a totalidade da primeira rodada e o andamento da segunda. Um fato chamou atenção: as potências sofreram e os médios e pequenos surpreenderam.
É só fazer a lista: Brasil empatou com a Suíça; a Alemanha perdeu do México; o Uruguai suou sangue para suplantar o Egito, assim como a Inglaterra da Tunísia. Sem contar a França, até agora agradecida ao árbitro de vídeo diante da Austrália. Ah! E tem o empate da Argentina com a Islândia.
Em todas as ocasiões, os chamados “pequenos” estavam bem treinados, posicionados, com contra-ataque azeitado e determinação acima do normal. Bloquearam os espaços dos craques ao ponto de sufoca-los. O que isso tem relação com Ponte Preta e Guarani? Tudo.
Nos últimos 20 anos, vimos o avanço da desigualdade de renda e elencos estrelares formados pelos gigantes do futebol brasileiro.
Um prato cheio para que os dirigentes pontepretanos e bugrinos alardeassem aos quatro cantos de que não era possível sonhar com títulos e finais diante do poderio econômico dos oponentes. Finais de Paulistão, Série C ou da Copa Sul-Americana eram um acidente de percurso.
O que os dirigentes daqui deveriam aprender é um conceito que pode ser aplicado em uma competição realizada em um intervalo de quatro anos como em uma competição de âmbito nacional ou regional. Para os times de médio ou pequeno porte, o futebol exige planejamento, dedicação, estudo e aprimoramento. Determinação para oferecer as melhores condições de trabalho e inteligência para saber que, por melhor que seja o seu adversário, sempre existirá uma falha a ser explorada e degustada para a obtenção. Tudo tem que ser conquistado passo a passo, sem pressa.
Claro que Brasil, Argentina, Uruguai, França, Espanha, Inglaterra e Alemanha continuam como favoritos ao titulo. Possuem camisa, história e jogadores de talento. Podem e devem fazer diferença nas fases decisivas.
O que fica provado, porém, que com eficiência e sabedoria é possível sonhar em alcançar o patamar mais alto.
(artigo escrito por Elias Aredes Junior)