Uma reflexão sobre a torcida da Ponte Preta e sua paixão em forma de resistência

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Apesar de encontrar-me excluído da mídia tradicional na área de opinião – faço reportagens para o jornal TodoDia na editoria de esportes –, os torcedores me procuram para requisitar uma avaliação ou trocar uma ideia sobre futebol. Aprecio o gesto. É por intermédio do debate e do oferecimento de visões diversas que os horizontes são buscados.

A partir das 21h30 desta terça-feira, dia 19, as mensagens dos torcedores da Ponte Preta eram em uma única direção: ressentimento pelo empate com o CSA.

A perda de dois pontos no Moisés Lucarelli e que devem fazer falta na reta final da competição. Vilões não faltam. Os gols perdidos de Júnior Santos, as expulsões de Orinho e Paulinho, os vacilos de marcação… o cardápio era vasto e imenso. Indignação, palavrões e criticas contra a diretoria e a comissão técnica estavam presentes nas redes sociais e no meu Whatsapp.

Este é um fato positivo. Muito positivo. Explico: nos últimos anos, não faltou motivo para o torcedor pontepretano abandonar  o seu time: dois rebaixamentos, frustrações em finais de campeonato, venda injustificada de jogadores, ausência de diversidade de opiniões na política do clube. Um cenário próximo do apocalipse. Aparentemente sem volta.

Qual seria o normal? Largar de vez e procurar outra opção de lazer. Os torcedores da Macaca vão no sentido contrário. Protestam, cobram, pedem melhorias e não desistem.

A média de público é baixa? O torcedor está afastado? Concordo. Encare como ato de protesto. O que eles querem e desejam é que a verdade prevaleça. Que a Macaca volte a ser verdadeiramente da torcida e que não fique na dependência de um quadro de associados que mais se assemelha a uma assembleia de condomínio. Ou de um mecenas louco para assistir vários de joelhos para lhe agradecer.

A campanha é decepcionante. O G4 parece distante. No entanto, o principal patrimônio da Ponte continua intacto: sua torcida. Apesar da frieza de alguns dirigentes,  a paixão resiste. Que bom.

(análise feita por Elias Aredes Junior)