Guarani e a injustiça de ameaçar a continuidade do trabalho de Umberto Louzer

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Coloque-se no lugar do técnico bugrino Umberto Louzer. Ele começa a semana de treinamentos para o jogo contra o Boa Esporte e, conforme as atividades são realizadas, os desfalques surgem e ele não tem qualquer controle.

Inicia com a despedida do goleiro Bruno Brígido para o Feirense, de Portugal. Bruno Nazário confirmou sua despedida e Baraka sequer é relacionado. Está de mudança para o Oriente Médio. Junte tal conjuntura com a saída anterior do lateral-direito Lenon. Quase meio time disse adeus.

É lógico que um argumento na ponta da língua é que o treinador precisa acostumar-se com as adversidades e tem que fazer muito com pouco. Concordaria com tal tese se a diretoria do Guarani – leia-se Conselho de Administração e Luciano Dias, o responsável pelo futebol – fizessem a sua parte. Ou seja, tivessem realizado as reposições necessárias e mantivesse o nível de competitividade.

Fato é a ausência de novidades por parte dos executivos. As saídas ocorreram e as reposições foram tímidas, quase inexistentes. Tudo isso surge em um campeonato longo, equilibrado, disputado e que as opções no banco de reservas são essenciais.

Não invento a roda. Durante a Série A-2 do Campeonato Paulista, este jornalista já tinha alertado sobre a necessidade de reforçar o elenco, já que existiam sinais claros de que as opções de reposição eram escassas. “Apanhei” de tudo quanto é jeito, seja nas redes sociais ou até por companheiros de profissão. O futebol e o tempo provaram que, infelizmente, estava certo.

Escrevo antes do jogo diante do Boa Esporte. Um tropeço do Guarani poderá motivar o desligamento do técnico Umberto Louzer. Delírio? Pense que o mesmo Conselho de Administração demitiu Oswaldo Alvarez por telefone. Sim, já elogiamos Palmeron Mendes Filho por bancar o técnico na tempestade. Mas, nos últimos dias, a falta de movimentação e de declarações enfáticas da diretoria mostram que Umberto deve contar apenas com seu trabalho, que é bom, e a solidariedade dos atletas. Só.

Na prática, o fato assemelha-se a um cara que contrata um pedreiro para reforçar a sua casa e não dá materiais suficientes sequer para fazer o alicerce. E um belo dia tem a decisão de demitir o profissional porque a obra não está bem feita. Resumindo: injustiça total. É o que Umberto Louzer corre o risco de sofrer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)