O Guarani analisa a proposta de cogestão no futebol profissional, no qual este Só Dérbi teve acesso na noite de domingo. Se tudo for aplicado de maneira correta e sem desvios, não há como ignorar a oferta de mudança do departamento de futebol profissional encaminhada pelo empresário Nenê Zini e das empresas Traffic, Elenko e Rima.
A proporção da divisão seria uma novidade no futebol brasileiro, com 70% para os gestores e 30% nas mãos da agremiação. Só para verificar como a divisão é vantajosa basta dizer que, no Londrina, que também tem seu departamento terceirizado, em caso de venda de atletas, o controlador Sérgio Malucelli fica com 95% do valor e o Tubarão fica apenas com 5%. Um absurdo sem limites.
O tempo de contrato é de três anos com possibilidade de renovação por outros três. Ou seja, o clube terá tempo para verificar se o relacionamento será positivo sem o temor de ficar amarrado por um documento validado por um longo período. Dado negativo? A dificuldade de realizar um trabalho de longo prazo pois os gestores vão querer negociar atletas em tempo recorde dada a exiguidade do compromisso.
O poder de veto que seria concedido ao Conselho de Administração é uma boa noticia. A possibilidade de interferir em possíveis resoluções dos gestores concede garantia de que os novos administradores terão a chance de fazer muita coisa, mas não tudo.
Problemas? Aquilo que é inerente a qualquer terceirização. Se os dirigentes agradarem aos gestores, a torcida não terá peso algum. Jogadores revelados serão vendidos sem cerimônia. Por um motivo simples: os gestores querem lucro.
A decisão está nas mãos da Junta Jurídica, do Conselho Deliberativo e da Assembleia de Sócios. Os “colchões” arquitetados concedem uma margem interessante. A torcida, a razão de ser do clube, perderá boa parte do seu protagonismo. Que a decisão final seja tomada com sabedoria.
(análise feita por Elias Aredes Junior)