Carlos Alberto Silva, Zé Duarte, Gainete, Guarani e uma verdade irrefutável: só os campeões são eternizados

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O futebol tem uma regra clássica: só o campeão interessa. Somente os ocupantes do olimpo abastecem a memória afetiva dos torcedores. Tal preceito fica explicito ao verificarmos a trajetória histórica do Guarani. No próximo mês, o Alviverde vai comemorar 38 anos de sua principal conquista e o seu treinador Carlos Alberto Silva viabilizou o feito com um aproveitamento menor do que outras campanhas relevantes do Alviverde no Brasileirão.

Em 1978, o Guarani atuou em 32 jogos com 20 vitórias, oito empates e quatro derrotas. O aproveitamento ficou em 70,83%. Quatro anos depois, Zé Duarte comandou um elenco com o volante Ederson e atacantes como Careca e Jorge Mendonça. O elenco só caiu nas semifinais diante do Flamengo e cuja derrota por 3 a 2 no Brinco de Ouro registrou o maior público do estádio, com 52.002 pagantes. O saldo foi positivo com 20 jogos, 14 vitórias, três empates e 3 derrotas e um aproveitamento de 85% dos pontos disputados.

O vice-campeonato brasileiro de 1986 é outra performance superior em termos de aproveitamento. Sob o comando de Carlos Gainete, a equipe bugrina só declinou na final para o São Paulo e  apurou um saldo de 21 vitórias, 11 empates e duas derrotas e 72,54% dos pontos disputados.

Carlos Alberto Silva ainda retornou em outras oportunidades e sua campanha mais marcante foi no Brasileirão de 1994. Responsável por projetar Amoroso e Luizão, o então treinador ficou com saldo de 17 vitórias, seis empates e 6 derrotas. Resultado: 65,51% dos pontos disputados.

Carlos Alberto Silva tem números inferiores aos “concorrentes” José Duarte e Carlos Gainete. No fundo, ele sabe que José Duarte tem um papel histórico muito maior no Guarani do que a sua própria trajetória. Ele deve saber o sentimento do torcedor em relação ao gol de empate tricolor marcado por Careca e que trouxe a disputa de pênaltis e a perda do título. Pouco importa. Ele sabe que apenas os campeões são eternizados.

(texto, reportagem e análise: Elias Aredes Junior)