Guarani 0 x 1 Corinthians: 30 anos de uma derrota que produziu dores e consequências

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No dia 31 de julho de 1988, o Guarani perdeu a chance de conquistar o titulo do Campeonato Paulista. O gol de Viola interrompeu a trajetória de uma equipe técnica, bem posicionada taticamente e com jogadores como Marco Antônio Boaideiro, Evair, Paulo Isidoro, João Paulo e Vagner Bacharel, além de Neto, autor de gol antológico de bicicleta.

O revés é até hoje um tema amargo ao torcedor bugrino, que presenciou um publico acima de 49 mil pagantes ao confronto. O que pouco reflete é que tal derrota trouxe frutos amargos dentro do ambiente interno do clube, especialmente porque talvez tenha sido o último elenco forjado e que teve a influência de dois dirigentes históricos, Leonel Martins de Oliveira e Luiz Roberto Zini.

Basta revisitar a história. Em 1986, a diretoria bugrina, sob o comando de Leonel, comandou uma reformulação cujo condutores foram o técnico Gainete e com o auxilio do preparador físico Pedro Pires de Toledo. A base tinha jogadores como Barbieri, Boiadeiro, contratado junto ao Botafogo de Ribeirão Preto e a afirmação de Ricardo Rocha como zagueiro. Sem contar Evair e João Paulo, revelações das categorias de base.

Vieram as eleições no final de 1987 e Beto Zini, então candidato oposicionista, faturou o pleito e desde dezembro começou a reforçar o time e tinha como base o trabalho conduzido pelo situacionista Leonel. Foi nesse contexto que a base foi formada por  Vagner Bacharel, Paulo Isidoro (contratado em 1987), Pedrinho Maradona, o repatriamento de Neto entre outros. Essa mescla do trabalho de Leonel com o de Beto Zini forjou uma equipe competitiva e que disputou a final na condição de favorito. Perdeu.

A partir desta derrota, Beto Zini radicalizou em sua política de contratações com a aquisição de “medalhões” o que se mostrou um equivoco. Culminou com o rebaixamento à Série B em 1989 e com uma metodologia esquisita. Tanto que o técnico era Cilinho, com claras ligações com a Ponte Preta. O time titular que caiu era formado por: Sérgio Neri, Valmir, Cassus, Pereira e Robinson; Aírton, Hélcio e Cristóvão (Pedrinho Maradona); Tato, Vânder e Cilinho. Técnico: Cilinho. Apenas o zagueiro Cassus revelado na base. Pode se afirmar que uma equipe competitiva e com qualidade só apareceu em 1992, no Campeonato Paulista, coordenada por Edu Lima e com revelações como do meia Edilson, vendido posteriormente ao Palmeiras.

A vitória em 1988 produziria outros tempos dourados ao Guarani? Difícil dizer. Correto é afirmar que acidentalmente um elenco foi formado acidentalmente por duas forças políticas antagônicas e isso nunca mais teve reprise no Brinco de Ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)