Desde a sua criação, em 26 de janeiro de 2016, o portal Só Dérbi ficou determinado a praticar um jornalismo crítico, apartidário e independente. Sem ligações ou negociatas com dirigentes, jogadores e técnicos.
Sabíamos que a resistência aconteceria cedo ou tarde. Apontar mazelas, revelar ações trabalhistas que tramitam na justiça, esconder contratações de atletas e dificultar aqueles que desejam operar nos corredores nos dois clubes não era que atrairia paixões. O Jornalismo sério no Brasil não é de interesse daqueles que detém o poder.
Este jornalista é o responsável editorial pelo portal e tem três repórteres: Lucas Rossafa, Eduardo Martins e João Marcos Carneiro. Geralmente, pelo volume de notícias das duas equipes é impossível acompanhar in loco. Até porque não acreditamos editorialmente na figura do setorista. Devemos saber dos dois clubes igualmente.
Lamento profundamente o áudio recebido pela nossa equipe no final da tarde desta terça-feira, dia 11. Nela, o assessor de imprensa, José Henrique Semedo, afirma com todas as letras que nenhum material será fornecido a nossa equipe de agora em diante. O motivo alegado, sem fundamento, é de que os repórteres não escutam o lado da Macaca nas reportagens, o que não corresponde à verdade. Os repórteres tentam, mas, infelizmente em várias ocasiões, o próprio assessor não dá o retorno. (veja o áudio abaixo)
Infelizmente, na atualidade, poucos valorizam o conhecimento e a técnica jornalística transmitida pelas Faculdades de Jornalismo. Se acompanhassem com paciência ou tivessem frequentado às aulas, as pessoas saberiam que entrevistas, quando são coletivas, são de domínio público e que o clube, ao fornecer tal material aos jornalistas, apenas colaboram para o fortalecimento da marca e da propagação da história do clube.
A história mostra que cercear e impedir o trabalho da imprensa é medida casuística, inconsequente e por vezes antidemocrática. Por anos e anos, Eurico Miranda impediu a entrada da equipe de reportagem do Lance e da ESPN nas dependências do Estádio de São Januário. Isso não impediu que os dois veículos de comunicação continuassem na prática de um jornalismo sério e com denúncias embasadas. Em contrapartida, a mesma decisão de Eurico destruiu toda a credibilidade e a trajetória de um clube centenário e democrático como Vasco da Gama.
A Ponte Preta não é de ninguém. Não pertence a nenhum dirigente. É do seu povo. É do negro, pobre, rico, engenheiro, pedreiro, carpinteiro. De quem você pensar. E esse povo quer e deseja ser informado. Deseja saber o que acontece com o clube do seu coração.
Apesar do cerceamento do trabalho, o Só Dérbi continuará na sua busca por reportagens críticas e que procure todos os lados da questão. Mesmo quando um desses lados não deseja dar satisfação a ninguém. Sim, porque estes mesmos repórteres já procuraram o lado da Ponte Preta em diversas ocasiões e não foram atendidos.
Nós desejamos dar satisfação e informar ao torcedor pontepretano. Porque presidentes, diretores de futebol, jogadores, assessores de imprensa e jornalistas passam pela Ponte Preta. A instituição é muito maior do que qualquer espírito revanchista. Que mentes conscientes e ponderadas apareçam para colocar tudo no seu devido lugar.
(Artigo de autoria de Elias Aredes Junior – Coordenador Editorial do Só Dérbi)
Para não ficar na parte teórica, segue abaixo o áudio em que mostra a decisão da assessoria de imprensa da Ponte Preta em cercear o trabalho da reportagem do Só Dérbi.