O torcedor brasileiro tem um péssimo costume: olha apenas ao setor ofensivo quando existem triunfos. No Guarani não é diferente.
A quinta colocação, os 44 pontos, o sonho do acesso e o bom trabalho do técnico Umberto Louzer não foram auxiliados apenas pelo faro de gol de Bruno Mendes e do armador Rafael Longuine.
Se hoje o Guarani ainda acalenta o torcedor com sonhos, isto deve-se também à produtividade do goleiro Agenor e do zagueiro Fabrício, as novidades no time titular neste returno.
Não é de bom tom endeusar as pessoas, mas os fatos são irrefutáveis. Neste segundo turno, o Guarani tem a defesa menos vazada da Série B com seis gols, idêntico patamar do Oeste. O rendimento é superior ao do Vila Nova, com sete gols sofridos, mas que é a melhor defesa da competição com 20 gols sofridos no total.
No turno inicial foram 23 gols sofridos em 19 rodadas, uma média de 1,21 por partida. Neste segundo turno, a média é de 0,66. A melhoria é clara.
Como explicar? Apesar de ser um pouco lento, o posicionamento e o tempo de bola de Fabrício, atualmente, está superior ao de Edson Silva ou de qualquer titular da zaga bugrina. Efeito imediato é até a melhoria do futebol de Philipe Maia. Não, ele não virou um Baresi. Mas é nítida sua segurança ao atuar ao lado de um beque em melhor fase técnica.
Quanto a Agenor, confesso minha surpresa. Por seu histórico irregular em outros clubes, não desprezava a chance dele dar as pixotadas feitas por Oliveira e Georgemy. Não aconteceu nada disso.
Agenor não é de defesas espalhafatosas, mas, por enquanto, demonstra bom posicionamento e orienta a defesa em instantes delicados.
Dizem que ataques ganham jogos e defesas faturam campeonatos. Então podemos dizer com convicção que o Guarani pode ter ajeitado o setor mais delicado na hora exata. Boa notícia.
(análise feita por Elias Aredes Junior)