Uma lição aos signatários do requerimento no CD: a Ponte Preta é maior do que qualquer pessoa!

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Na crise política da Ponte Preta, uma peça precisa ser destacada: Giovanni Di Marzio. Ex-vice-presidente do clube, próximo da torcida e um dos signatários do requerimento que pede explicações sobre a gestão de José Armando Abdalla. Sua palavra tem peso e merece ser analisada. Em áudios gerados originariamente no Whatsapp, o ex-dirigente afirma que não deseja ser presidente da Ponte Preta. Teve chance e não quis.

Giovanni disse nos áudios, nos quais este jornalista teve acesso, que sempre contestou várias decisões de Vanderlei Pereira e rompeu politicamente com ele, mas nunca renunciou. Exercia oposição dentro da diretoria executiva. E como agora não é mais dirigente seu caminho natural é utilizar o Conselho Deliberativo.

Ninguém duvida do amor de Giovanni Di Marzio pela Ponte Preta. Criado nas arquibancadas e de família pontepretana, só considero que utiliza sua paixão de maneira errônea.

Os áudios demonstram um espirito crítico com Vanderlei Pereira, com José Armando Abdalla Júnior, mas preservam a figura de Sérgio Carnielli. Não há uma crítica ao presidente de honra. Penso que neste ponto Giovanni erra de modo cabal.

Ora, se a Ponte Preta vive uma crise política sem precedentes e com uma guerra fraticida a luz do dia é pelo fato de Sérgio Carnielli primeiramente não ter se conformado com uma decisão judicial e passar a atuar nos bastidores para que os escolhidos para o cargo de presidente cumpram os seus preceitos e de seu grupo político. Pelos áudios, Giovanni parece ignorar tal aspecto. Infelizmente.

Veja o caso de Márcio Della Volpe. Assim que Carnielli foi afastado pela justiça por problemas no balanço financeiro, Della Volpe assumiu e, em 2013, decidiu concentrar forças na Sul-Americana. Sérgio Carnielli não concordou e rompeu com ele.

Seja certo ou errado, Abdalla achou que seria de bom grado afastar Brigatti. Era seu direito. O presidente era ele. Era o dono da caneta. Carnielli não gostou e agora bate de frente com o mandatário.

Pergunto: para que serve o posto de presidente? Só vale aquilo que Carnielli determinar e gostar? Ninguém tem direito de pensar com a própria cabeça? Isso é democrático? E vou além: por que os conselheiros e Giovanni não cobram Carnielli por tais comportamentos? Dois pesos e duas medidas é algo difícil de engolir.

Giovanni Di Marzio e os signatários do requerimento deveriam entender que Abdalla pode até ter culpa, mas isentar Sérgio Carnielli pela crise política reinante no Majestoso é um erro monumental. E que o clube pagará por isso.

(análise feita por Elias Aredes Junior