A Bola e suas histórias: Ênio Andrade coloca repórter em forma no Guarani

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Meados da década de 1980. O Guarani era um protagonista do futebol brasileiro. Atraía grandes profissionais. Em 1983, a diretoria contratou Ênio Andrade, campeão brasileiro com o Internacional em 1979 e com o Grêmio em 1981.

Estudioso ao extremo e dotado de um mau humor ácido. Tinha dificuldade para se relacionar com jornalistas. Gostava de bater papo com os entendidos. Os folclóricos e boa praça não tinham vez.

Em determinado dia, o repórter Almeida Neto, o Bolinha, pensava no seu boletim para a Rádio Central. Pediu uma entrevista com o “seo Ênio”. Recusa imediata. Tentou outra vez e nada.

Na terceira vez, o técnico disse:

– Ok, eu falo com você após o treinamento.

Eufórico, bolinha preparou o microfone e os fones. Certamente iria tentar colocar os colegas de estúdio na roda de conversa.

De repente, o imprevisto. Ênio coloca todo o corpo no chão e começa a fazer flexões de maneira alucinada.

Bolinha assistia a tudo sem reação.

– Ei, e aí? Não vai começar a entrevista? Ou faz desse jeito ou nada feito.

Obeso, acima dos 140 quilos, Bolinha fez malabarismo e deitou no chão da Sala de Imprensa e com seu corpanzil estirado esticou o microfone para ouvir as respostas do treinador ofegante.

O que a gente não faz por uma noticia…

(Elias Aredes Junior)