Na semana de preparação do dérbi, ex-presidentes bugrinos Álvaro Negrão e Horley Senna protagonizam guerra política nas redes sociais

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Enquanto o técnico Osmar Loss inicia a semana preocupado em buscar a melhor formação para vencer a Ponte Preta, no sábado, às 19h, no estádio Moisés Lucarelli, os ex-presidentes Horley Senna e Álvaro Negrão,  integrantes do jogo político do Guarani ainda engalfinham-se em criticas e ataques com vistas a remarcação da eleição do Conselho Deliberativo, cujo os tramites será detonado a partir da reunião do CD programado para quinta-feira, dia 14.

O round surgiu quando Horley Senna escreveu o seguinte nas redes sociais: “Era só o que me faltava. Álvaro Negrão saindo da Toca pela Chapa Nova Jornada. Tentanto justificar e explicar a covardia com a renûncia através do sítio oficial do clube.. Além de dar prejuízo aos amigos e deixar o problema para a instituição. A denúncia foi dos R$ 2.200.000 da desapropriação do terreno da Bandeirantes, usados indevidamente. Agora, querendo retornar, propõe os serviços de seus seguranças em troca de adesões para chapa. Pediu extinção da TO. Esse fujão acha que os sócios, torcedores, atletas, comissão técnica e funcionários, esqueceram o que ele fez??? Nem hombridade teve para assumir a covardia, fugindo na calada da noite. Detalhe: não adianta ameaçar, que tem amizade com a PF (…)”, afirmou Senna em sua conta no Instagram.

Diante disso, o ex-presidente Álvaro Negrão reagiu juntamente com os integrantes da Nova Jornada (Felipe Rosseli, Adriano e Cristina Siqueira) que distribuiram uma nova com o seguinte teor: “Em momento algum nenhum de nós citados pelo interlocutor e acusador trabalhou ou se manifestou contrário à gestão do Conselho de Administração que nos sucedeu após renúncia, pelo contrário, o caminho por nós escolhido foi o da resignação, muito embora sejamos obrigados a reconhecer o grande esforço do referido interlocutor em dificultar ao máximo os atos, primeiro da Diretoria Executiva a qual ele próprio pertencia, pois tendo o mesmo, em pleno exercício, o cargo de vice presidente da Diretoria Executiva eleita e constituída em dezembro de 2012, ainda assim procurou o Ministério Público do Trabalho, na qualidade de vice presidente da Diretoria Executiva, para apresentar denúncia ao MPT contra o clube por não recolhimento de encargos sociais e outras obrigações, depois do Conselho de Administração que a sucedeu em abril de 2014..

Desta forma manifestou-se o então vice presidente contrário ao próprio Guarani Futebol Clube, entidade cujo seu papel estatutário seria defender, jamais acusar.

Mais além, o interlocutor desconsidera alguns fatos que ele mesmo apresenta ao tornar público aquilo que deveria ser interno, alguns fatos de alegação pessoal, outros devidamente regularizados e inscritos no Balancete de Exercício Anual do Guarani Futebol Clube, abaixo:

Despreza o interlocutor que na data da Assembleia Geral que aclamou a chapa composta por dois grupos, um ligado ao interlocutor e outro com pessoas ligadas ao Sr. Álvaro Negrão de Lima, naquela data, instantes antes, nas escadas de acesso ao prédio administrativo do Guarani Futebol Clube, ter ouvido pedido para que ele, o interlocutor, assumisse a posição de presidente da Diretoria Executiva, mas o mesmo se negou cabalmente a fazê-lo, afirmando que “não era o momento para que ele fosse presidente”.

Claro, depois conhecemos os motivos da negação, era primeiro objetivo do interlocutor trabalhar contrariamente à gestão, como de fato trabalhou, porém acabou piorando a situação ao denunciar a própria entidade a qual deveria defender junto ao Ministério Público do Trabalho.

Pois bem, vemos o próprio interlocutor citar nominalmente o valor de R$ 3.500.000,00 (Três Milhões e Quinhentos Mil Reais) como compromisso de aporte assumido pelo então presidente Álvaro Negrão de Lima, mas não imaginamos que fosse objeto da interpretação pessoal do interlocutor que este valor aportado ao clube o fosse feito em forma de doação. É comum, e citamos aqui o caso da Sociedade Esportiva Palmeiras como mais evidente, que presidentes façam aportes pessoais, ou através de suas empresas, nos clubes, como fez naquela entidade o Sr. Paulo Nobre que teve reconhecido em Balancete Anual de Exercício uma dívida do Clube com ele superando a casa dos R$ 100.000.000,00 (Cem Milhões de Reais).

Acusa o interlocutor de ter o Sr. Álvaro Negrão de Lima no exercício de dois cargos distintos, primeiro o de presidente da Diretoria Executiva, depois o de presidente do Conselho de Administração, contraído empréstimos junto a uma pessoa física de nome Otair Guimarães, uma pessoa física de nome Nenê Zini que aqui esclarecemos tratar-se do Sr. Luiz Roberto Zini Junior, empresário de futebol detentor dos direitos ou procurador de mais de 80% do elenco que disputou o Campeonato Paulista de 2013 pelo Guarani Futebol Clube.

Desconsidera porém o interlocutor que também é comum a injeção de capital por parte de empresários de jogadores no pagamento dos salários de seus atletas registrados em clubes de futebol. Porém, a atribuída dívida de R$ 600.000,00 (Seiscentos Mil Reais) junto ao Sr. Luiz Roberto Zini não existe, existe sim uma dívida junto à empresa BN Zini, a qual, até onde nos consta, sequer o Sr. Luiz Roberto Zini Junior é ligado, conforme defesa do próprio em contestação apresentada ao Conselho Deliberativo do Guarani Futebol Clube quando do questionamento de legitimidade do próprio para desempenhar as funções de Conselheiro Deliberativo do Guarani Futebol Clube.

Também despreza o interlocutor que não existe nenhuma dívida de R$ 400.000,00 (Quatrocentos Mil Reais) contraída junto à pessoa do citado Sr. Otair Guimarães, há sim o reconhecimento de uma dívida junto à empresa Lances Fomento Mercantil que cumpriu todas as exigências estatutárias na sua aquisição e foi posteriormente aprovada no ato da aprovação do balancete de exercício anual do Guarani Futebol Clube no ano de 2014, portanto, nada há a ser questionado. Alias, cabe-nos dizer ainda que a aprovação destas contas se deu durante período em que o próprio interlocutor era presidente do Conselho de Administração, no ano de 2015 e, portanto, se há algo a ser contestado nela, assume o senhor interlocutor ter cometido fraude em balancete de exercício anual, pois estava o mesmo responsabilizado por 50% dos trimestres envolvidos naquela anuídade fiscal, o primeiro trimestre na condição de primeiro vice presidente e o último trimestre na qualidade de presidente do Conselho de Administração?

E por último despreza o Senhor interlocutor que o Guarani Futebol Clube não é parte em nenhum contrato de empréstimo junto ao Senhor Carlos Corrêa, que ele identifica como “Carlão da Chico Modas” durante este período de gestão. A empresa Interfact Factoring e Fomento, à qual o referido Carlos Corrêa  é ligado, efetivou empréstimos sim, mas por contrato às empresas Campsul Madeiras e Alumad Esquadrias, ambas empresas ligadas à família do Sr. Álvaro Negrão de Lima , que por sua vez repassou estes mesmos recursos em forma de empréstimos ao Guarani Futebol Clube, portanto o Sr. Carlos Corrêa ou a empresa à qual é ligado, não tem nenhum contrato de empréstimo nessa monta efetivado neste período tendo como credor o Guarani Futebol Clube. A simples soma destes contratos e seus montantes, aos outros em nome do Sr. Álvaro Negrão de Lima pessoa física ultrapassa o valor citado de R$ 3.500.000,00 (Três Milhões e Quinhentos Mil Reais) pelo interlocutor, ou não sabe ele fazer contas?

Desconhecemos qualquer prejuízo ao Sr Carlos Pinto Neto ou à empresa CPN Construtora trazidos pelo Guarani Futebol Clube durante o período de gestão compreendido entre os meses de Dezembro de 2012 e setembro de 2014 quando este clube foi Administrado pelas gestões das quais participaram os Senhores Álvaro Negrão de Lima, Felipe Ramos Roselli, Adriano Hintze, Marcia Cristina Orlando Siqueira e o próprio interlocutor entre outras pessoas.

Já quanto à acusação de ter deixado o elenco aguardando por oito horas nos vestiários e pagamento dos atletas por depósitos em envelope vazio, a quem denuncia cabe o ônus da prova. Fato é que, se não fosse através da aquisição de novos empréstimos, o Clube não teria à época conseguido cumprir o compromisso que havia assumido com os atletas para o pagamento dos salários na data estipulada e assumida  mediante a emissão de cheques pré-datados, como de fato não se concretizou, mas seguindo a argumentação do interlocutor então, ainda que cumprido aquele compromisso, os gestores estariam agindo de forma difusa e contrária ao seu entendimento de boa gestão. Porém, fica a pergunta, como foram feitos os pagamentos à época senão por empréstimo vindo de outras empresas? Ou foi o próprio interlocutor quem os pagou com recursos próprios? Como foram contabilizados estes recursos? Tratam-se de empréstimos ou de doações? Se são empréstimos, admite o próprio interlocutor ter praticado a mesma condenável prática de contração de empréstimos?

Concluímos então que o termo “boa gestão” não é prioridade da interpretação trazida pelo senhor interlocutor em suas declarações, é sim o não medir esforços por parte dos gestores para cumprir com compromissos assumidos por eles em nome do clube, ainda que para isso comprometam as finanças de empresas ligadas aos seus familiares e dos próprios gestores, seja membros de Diretoria Executiva, sejam de Conselho de Administração, como comprovam também as dívidas devidamente contabilizadas e reconhecidas em balancete anual de exercício fiscal aprovado por Assembleia Geral de Associados em nome das empresas Campsul Madeiras, Alumad Esquadrias e a pessoa física de Álvaro Negrão de Lima.

Por fim, esclarecemos ainda que a opinião pessoal do senhor interlocutor denunciante em pouco nos interessa, sendo estas apenas opiniões pessoais trazidas para um debate público de baixo nível, onde ele, o interlocutor denunciante visa apenas apresentar seu nome e ganhar visibilidade em momento político interno vivenciado pelo Guarani Futebol Clube.

Caberá apenas ao Guarani, a seus associados e seus torcedores julgarem os atos trazidos a público e confiarem ou não no que argumenta um ex vice presidente que denunciou o próprio clube por pretensões políticas futuras em pleno gozo das funções e atribuições do cargo de vice presidente e que se declara contra qualquer proposta de terceirização, gestão compartilhada ou co-gestão do departamento de futebol discutidas pelos órgãos internos do Guarani Futebol Clube, mas que traz em sua chapa a presença do Sr. Luiz Roberto Zini Junior como candidato, isto nos causa estranheza, pois é de amplo conhecimento público ser ele, Luiz Roberto Zini Junior, parte interessada neste processo, nele apresentado como interlocutor do grupo de empresas formado por ELENKO SPORTS E O QUE RESTOU DA OUTRORA GIGANTE TRAFFIC.

Acreditamos que o poder, ou a ânsia dele, não deve ser em momento algum o lema de vida e de justificativa de ódio pessoal, conforme  afirma o interlocutor em sua acusação.

Sendo isso o que temos a declarar sobre o tema, esperamos ser suficiente para que cada um tome sua decisão pessoal acerca dos fatos e não dos boatos, típicos daquele que um dia fez questão de denunciara entidade que ele próprio administrava ao Ministério Público do Trabalho apenas para que pudesse prejudicar a boa gestão em nome de um processo eleitoral que aconteceria, no qual, diga-se de passagem, saiu-se o interlocutor derrotado, como saiu em todos os que disputou até o momento.

Gratos pelo espaço e a possibilidade de manifestação a toda coletividade bugrina”, completou.

A troca de farpas demonstra que a guerra política no Guarani está longe do fim. Nem o dérbi segura.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)