Os próximos dias devem virar uma arena para que oposição, diretoria executiva e partidários do presidente de honra Sérgio Carnielli debatam sobre a interpretação do estatuto social da Ponte Preta. A meta é emplacar o encaminhamento correto sobre o pedido de procedimento administrativo requisitado por 87 conselheiros oposicionistas e do grupo politico “Tudo pela Ponte, Nada da Ponte”.
A tendência é que a diretoria executiva, cujo presidente é José Armando Abdalla Junior, decida que o assunto seja apreciado, votado e decidido pelo Conselho Deliberativo. De acordo com dois integrantes da diretoria executiva ouvidos pela reportagem do Só Dérbi, algumas infrações apontadas pelos conselheiros e que teriam sido cometidas por Sérgio Carnielli foram feitas no âmbito do CD e isso justificaria a saída da diretoria na análise do caso. O caminho teria sido tomado após Abdalla analisar a documentação apresentada no dossiê, que relata entre outros fatos, a venda do jogador Cicinho, o contrato de intenção de venda com a Gafisa e a sentença que afastou Carnielli da presidência em 2011. Mais: pessoas participantes da vida política da Ponte Preta defendem que o Estatuto, no artigo 64 não relata qualquer obrigação do presidente da diretoria executiva em instaurar procedimentos administrativos, o que abriria caminho para o Conselho. Partidários de Sérgio Carnielli afirmam ainda que em caso de análise no CD não há o que temer, pois o dirigente teria maioria sólida entre os 300 conselheiros.
Os signatários tem opinião diferente. Para eles, o artigo 103 do estatuto coloca a diretoria executiva na obrigatoriedade de instaurar o procedimento administrativo. O texto diz o seguinte: “(…) Em qualquer das hipóteses previstas nos artigos anteriores, a diretoria executiva instaurará o competente processo administrativo, procedendo a citação do associado para que, querendo, no prazo de 10 dias corridos, apresente a defesa que julga pertinente, facultando-lhe, inclusive, requerer a produção de provas;(…)”, afirma o trecho do estatuto.
Uma teses defendidas pelos oposicionistas para a instalação do inquérito é que a análise da situação do presidente de honra estaria atrasada em virtude de sua condenação na Justiça em 2011 e que lhe afastou da presidência em 2011. Os oposicionistas agarram-se ao artigo 101 que afirma que são passíveis de eliminação os associados que “forem condenados, com sentença transitado em julgado, por ato desabonador e que o torne inidôneo ao convivio social”.
O presidente de honra Sérgio Carnielli afirmou a reportagem do Só Dérbi que não irá se falar sobre o assunto, uma vez que não teve acesso ao conteúdo do pedido e portanto não tem informações para se pronunciar a respeito.
(Elias Aredes Junior)