Ponte Preta: Pagamento de Impostos vira pedra no sapato para aprovar balanço. Diretoria explica contexto para a questão tributária

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Após a divulgação do balanço financeiro da Ponte Preta em seu site oficial, já começaram os debates e as discussões sobre aquilo que poderá acontecer na votação final que provavelmente será no dia 22 de abril, no Salão Nobre do Estádio Moisés Lucarelli.

Em contato com a reportagem do Só Dérbi, o ex-vice-presidente da agremiação por duas gestões, o empresário Giovanni Di Marzio afirmou que adotará o procedimento de anos anteriores. Ele vai comparecer ao plantão de dúvidas a ser montado pela diretoria executiva a partir de sexta-feira. Se estiver tudo normal, ele afirma que não terá qualquer problema em aprovar o documento formulado pela administração de José Armando Abdalla Junior. Caso encontre algum ponto que não tenha esclarecimento devido, a reprovação será encaminhada. “Tudo será feito dentro da normalidade, sem querer caminhar para um lado político”, assegurou o ex-dirigente.

Ele afirmou que alguns pontos ainda carecem de esclarecimento e podem virar risco de reprovação das contas de Abdalla. “Estão falando que a Ponte Preta deve muito imposto do ano passado. Aí não tem como aprovar as contas. Como deixar aprovar uma gestão com impostos a pagar? Mas não quero falar nada antes de saber”, afirmou o ex-dirigente. “E não existe grupo do Giovanni Di Marzio que é ligado ao grupo do Carnielli”, arrematou.

Ao tomar conhecimento das informações, o Só Dérbi procurou integrantes da diretoria executiva e financeira da Ponte Preta e que encaminharam uma explicação sobre a questão dos impostos.Os dirigentes pontepretanos ouvidos asseguraram que as mensalidades do Profut estão em dia. Quando começou a pagar em 2017, o valor total do Profut pontepretano, de acordo com a diretoria financeira era de R$ 24.763.491. Em 2018, após o pagamento das 12 primeiras mensalidades, o montante caiu para R$ 23.878.318 em dezembro de 2018. A quantia está identificada no Balanço Financeiro como parcelamento de impostos e contribuições.

A diretoria financeira, sob o comando de Gustavo Valio, confirmou que existem impostos atrasados, mas que existe um contexto que deve ser entendido e explicado. No dia 31 de dezembro de  2017, o clube tinha o valor de R$ 1.856.712 de impostos devidos e tem a identificação de “Contribuições a Recolher” no Balanço Financeiro. Este valor foi registrado no balanço como imposto devido em 2017 e de acordo com a diretoria executiva pontepretana não impediu a aprovação do documento no primeiro quadrimestre de 2018 pelo Conselho Deliberativo.

Em janeiro de 2018, o valor dos impostos devidos em 2017 foram quitados para a Macaca conseguir a Certidão Negativa de Débito e acesso ao patrocínio da Caixa Econômica Federal. A certidão tem validade por seis meses.

Quando chegou no segundo semestre do ano passado, o orçamento apertado (R$ 41 millhões em 2018 contra R$ 68 milhões de 2017) fizeram com a atual administração pontepretana estabelecesse prioridades e a direção foi para o pagamento de salário dos jogadores e funcionários do clube e também de fornecedores. Com isso, foi gerado o passivo de R$ 2.199.976 e que está registrado no balanço.

De acordo com a diretoria, o vice- presidente financeiro Gustavo Valio estará presente no plantão para tirar todas as dúvidas.

A cautela da diretoria em buscar explicações tem um motivo: em caso de reprovação das contas, seria aberto o caminho para que oposicionistas pedirem o impeachment de Abdalla por gestão temerária. Os atuais integrantes da diretoria executiva da Macaca afirmam que neste cenário, um possível candidato para ocupar a vaga de Abadalla seria o próprio Giovanni Di Marzio, que teria as condições estatutárias para o posto. Ele nega. “Jamais”, respondeu sobre uma possível candidatura. “Apenas quero fora de lá as pessoas que não amam a Ponte “, arrematou Giovanni Di Marzio.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)